Em recente entrevista ao The Metal Voice, transcrita pelo Blabbermouth, o frontman do Megadeth, Dave Mustaine, falou sobre a realidade de países fora da América do Norte. O músico revelou ter compreensão do sacrifício dos fãs de locais onde a renda da população não é tão boa – muitos deles “fazem de tudo” para ir a um show da banda, segundo Mustaine.
“A América é uma república, não uma democracia. Funciona como democracia, mas… vejo diferenças entre o governo americano e dos nossos incríveis vizinhos do Canadá. Há diferenças. Isso nos faz únicos e incríveis enquanto indivíduos. Mas se estou cantando uma música sobre um problema, você, que me ouve de Catmandu (Nepal), pensa: ‘eu nem sei o que é ter um carro, então, não me importo com esses problemas com carros'”, afirmou.
Em seguida, Mustaine cita o público de países como a Índia e o Brasil – neste último, segundo ele, o preço dos ingressos de um show realizado no passado o deixou furioso. “Minha compaixão pelos garotos da Índia, porque eles se sacrificam para nos ver tocar. Tocamos no Brasil uma vez e um promotor maldoso cobrava US$ 275 (cerca de R$ 1 mil, na cotação atual) para um ingresso, só para sentar em um pequeno ponto ali. Fiquei irritado, demitimos o cara e nunca mais trabalhamos com ele. No custo de vida de lá, eram três meses de trabalho para pagar isso”, disse.
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Por fim, Mustaine destacou que esse é o motivo pelo qual o Megadeth não apresentará letras tão políticas em seu próximo disco, a ser lançado em 2019. “Meio que diminuí o assunto político para algo mais sobre pessoas de um mundo só, coisas que nos afetam enquanto seres humanos e não tanto como cidadãos de um governo. Não dá para colocar um muro desnecessário entre nós”, afirmou.