O guitarrista Slash falou, em entrevista ao Yahoo! Entertainment, sobre as alegações de que as letras de algumas músicas do Guns N’ Roses têm teor sexista. Canções como “Used To Love Her” e “Back Off Bitch”, entre outras, costumam ser citadas como exemplos de composições cujos versos degradam as mulheres.
Inicialmente, Slash disse que nunca havia pensado na questão, mas chegou a refletir um pouco após os movimentos como o #MeToo, onde mulheres expõem, nas redes sociais, situações de assédio e abuso sexual, e o Time’s Up, em que atrizes famosas relatam casos do tipo envolvendo grandes nomes de Hollywood. Em seguida, o guitarrista admite que o Guns N’ Roses tem algumas letras de teor sexista, mas acredita que não houve maldade em tal concepção.
“Nunca pensei nisso. Nunca passou pela minha cabeça. Pensei quando o #MeToo apareceu, passou pela minha mente (que envolveria) um monte de músicos, não de músicos em particular, apenas músicos. Na maioria das vezes, até onde sei, não foi assim. Não tivemos esses relacionamentos (predatórios) em particular com as garotas. Foi muito mais o contrário em alguns casos. De qualquer forma, algumas das músicas eram meio sexistas em suas maneiras, mas não para serem levadas a sério. Não acho que eram maliciosas ou algo do tipo”, afirmou.
Ainda durante o bate-papo, Slash disse enxergar uma relação entre a abordagem mais esclarecida com relação às mulheres nas letras de hoje e o declínio da “atitude rock and roll” que bandas como o Guns N’ Roses ofereciam. “Aquele espírito ainda está por aí, ainda é inerente às bandas de metal e às jovens bandas que têm algo para expressar e talvez não estejam na melhor época para lidar com isso”, afirmou.
“No entanto, aquela atitude não é algo fabricado e agora, nesses tempos em particular, muitas bandas e artistas estão fazendo coisas diferentes – e pouco disso é rock and roll. Não há nada contra o que se rebelar. Acho que tentar descobrir como ter atitude em suas músicas é, provavelmente, algo difícil para muitas bandas jovens, porque agora se trata de política novamente. Vamos ver no que isso se transforma”, disse o guitarrista.
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