O guitarrista K.K. Downing comentou, em entrevista ao VintageRock, sobre a sua saída do Judas Priest em 2011. Downing se aposentou da carreira musical em geral e foi substituído por Richie Faulkner.
Durante o bate-papo, Downing disse que escrever sua autobiografia, “Heavy Duty: Days And Nights In Judas Priest”, deu um senso de encerramento em relação ao seu ciclo com o Judas Priest, iniciado em meados de 1969. “É o mesmo com qualquer relacionamento de longo-prazo, seja casamento, filho ou algo do tipo. Vocês passam muito tempo juntos e idiossincrasias aparecem. Não havia certo ou errado – algumas pessoas têm mais tolerância do que outras e é um milagre permanecer junto por 40 anos”, afirmou.
O músico destacou que, em relações de longo prazo, “alguém precisa ceder – e precisa ser recíproco, mas, inevitavelmente, isso fica desequilibrado”. “Penso que democracia é sempre a melhor política. E não havia muito ali. Não acho. Mas meio que aconteceu”, disse.
Em seguida, o guitarrista revelou um dos principais motivos para a sua saída. “Rob (Halford, vocalista) e Glenn (Tipton, guitarrista) fizeram seus trabalhos solo duradouros e isso se tornou um pouco perturbador. Sequer cito isso no livro. Rob lançou dois discos e fez sua turnê própria no exato ano em que saí da banda. Então, eles disseram: ‘K.K., queremos que você comece a compor um EP de cinco faixas’. Eu falei: ‘nem f*dendo, Rob lançou dois discos no último ano e nós vamos lançar apenas um EP?’. Era o suficiente para mim, então, eu saí. Como eu disse no livro, tentei lidar com isso de forma mais diplomática possível. Mas, em poucas palavras, já era o bastante”, afirmou.
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Questionado sobre seu atual relacionamento com os antigos colegas de Judas Priest, K.K. Downing foi sincero em sua resposta. “Não posso dizer que é algo excessivamente dócil no momento. Nada dura para sempre. Comecei no fim da década de 1960, então, certamente, caras daquela época não vão ficar por aí para sempre. Estamos perdendo muitos bons amigos. De minha parte, sempre há um caminho melhor e sempre acreditei que a democracia é o modelo ideal. É o necessário. Mas é o caso de alguém que quer uma fatia maior da torta ou o que seja”, disse.
Por fim, Downing foi perguntado se consideraria tocar com o Judas Priest novamente em algum ponto da vida. “Houve uma oportunidade não faz tanto tempo e ela foi descartada. Então, outro ano se vai. Farei 67 anos em outubro. No momento, estou em boa forma. Não sei. Não fui convidado antes, mas, se fosse, dependeria de como eu seria convidado e como seria na sequência”, afirmou.
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“Heavy Duty: Days And Nights In Judas Priest”, livro autobiográfico de K.K. Downing, chega às livrarias do exterior no dia 18 de setembro, por meio da editora Da Capo Press. Ainda não há confirmação se uma edição nacional será lançada.