Os 30 anos de ‘Open Up And Say… Ahh!’, o ponto alto do sucesso do Poison

Poison – ‘Open Up And Say… Ahh!’
Lançado em 3 de maio de 1988

É sempre desafiador escrever sobre o Poison – em especial, os três primeiros discos lançados pela banda. A sonoridade é divertida e simplória o bastante para dispensar análises aprofundadas.

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Ainda assim, “Open Up And Say… Ahh!” merece algumas linhas. O segundo álbum do Poison, lançado em 3 de maio de 1988, é um dos trabalhos de maior sucesso comercial do hard rock oitentista, também chamado de hair metal, glam metal ou até “hard rock farofa”.

Grande expectativa foi criada em torno de “Open Up And Say… Ahh!”. O primeiro álbum da banda, “Look What The Cat Dragged In” (1986), demorou quase um ano para emplacar de vez. O sucesso veio com o hit “Talk Dirty To Me”, já em 1987, e, alguns meses depois do sucesso, o grupo já entrou no Conway Recording Studios, em Los Angeles, para gravar o sucessor.

Com “Look What The Cat Dragged In”, o Poison mostrou que estava na contramão de algumas tendências do hard rock oitentista. Enquanto muitas bandas apostavam em uma pegada mais explosiva, ligada ao Van Halen, ou mais pasteurizada, com forte uso de teclados, o quarteto liderado pelo vocalista Bret Michaels praticava um som mais básico, simples, que lembrava o Kiss em seus primórdios.

– Leia também: ‘Native Tongue’, o melhor disco do Poison

Naturalmente, em “Open Up And Say… Ahh!”, o leque de influências se ampliou. “Good Love”, por exemplo, é conduzida por uma gaita que traz referências do blues rock, enquanto a melancólica balada “Every Rose Has Its Thorn”, o grande hit do álbum, tem uma essência country que, embora discreta, dá o tom da melodia. Até a escolha por regravar “Your Mama Don’t Dance”, do duo de soft rock Loggins and Messina, mostrava que o quarteto tinha uma bagagem que ia além dos nomes de peso do rock.

Mesmo as músicas mais certeiras, como a festeira “Nothin’ But A Good Time”, a incrível “Fallen Angel” e a básica “Love On The Rocks”, soam bem produzidas e prontas para ecoar em grandes arenas. Basicamente, tal evolução ocorreu porque, naquele momento, o Poison possuía investimento: o primeiro disco da banda havia sido gravado com orçamento de apenas US$ 23 mil, valor considerado baixo para um trabalho fonográfico naqueles tempos.

O conteúdo lírico do Poison seguiu sem sofisticação em “Open Up And Say… Ahh!”, mas o baterista Rikki Rockett explicou, em entrevista ao Ultimate Classic Rock, por que a banda optava por temáticas tão ligadas aos clichês sexuais e ostentativos do rock and roll. “Quando chegamos (da Pensilvânia a Hollywood), vivíamos em um nível de pobreza. Muitas das letras não eram sobre nossas vidas na época, era como queríamos que elas fossem. Ficávamos do lado de fora do Rainbow (Bar and Grill) sem dinheiro para entrar, entregando flyers e voltando para comer miojo. Muitas dessas músicas eram desejos, sonhos”, afirmou.

“Open Up And Say… Ahh!” contribuiu fortemente para a realização dos sonhos de Rikki Rockett e seus colegas. O álbum conquistou disco de platina quíntuplo nos Estados Unidos, por ter mais de 5 milhões de cópias vendidas no país, além de ter conquistado números expressivos no Canadá e Reino Unido, que renderam, respectivamente, discos de platina quádrupla e ouro nesses locais.

Embora os outros singles – “Nothin’ But A Good Time”, “Fallen Angel” e “Your Mama Don’t Dance” – tenha feito bastante sucesso, a consagração veio, mesmo, com “Every Rose Has Its Thorn”. A música ficou no primeiro lugar das paradas americanas por três semanas, sendo a única canção da história da banda a atingir o topo nos Estados Unidos.

Os discos seguintes do Poison trouxeram outros elementos de maturidade musical: “Flesh & Blood” (1990) é melhor trabalhado, enquanto “Native Tongue” (1993), com o guitarrista Richie Kotzen na vaga de C.C. DeVille, é um verdadeiro desfile de boas influências artísticas. Todavia, “Open Up And Say… Ahh!” é único: a pegada “party rock” deste álbum jamais seria tão bem reproduzida novamente pelo quarteto da Pensilvânia.

Bret Michaels (vocal, guitarra, violão na faixa 8 e gaita na faixa 4)
C.C. DeVille (guitarra, backing vocals, teclados na faixa 8)
Bobby Dall (baixo, backing vocals)
Rikki Rockett (bateria, backing vocals)

Músico adicional:
John Purdell (teclados, trompa)

1. Love On The Rocks
2. Nothin’ But A Good Time
3. Back To The Rocking Horse
4. Good Love
5. Tearin’ Down The Walls
6. Look But You Can’t Touch
7. Fallen Angel
8. Every Rose Has Its Thorn
9. Your Mama Don’t Dance (Loggins and Messina cover)
10. Bad to Be Good

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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