O guitarrista Slash, do Guns N’ Roses, e o baixista Nikki Sixx, do Sixx:A.M. e ex-Mötley Crüe, fizeram considerações sobre o uso excessivo de celulares para capturar momentos de shows de música – ou, mesmo, apresentações completas. Os comentários foram feitos durante o Sixx Sense, programa de rádio comandado por Nikki Sixx que chegou à sua última edição no fim de 2017.
“Passei do ponto de me importar”, disse Slash sobre o assunto, abordado pela co-apresentadora do programa, Jenn Marino. “As pessoas fazem o que querem. O fato é que elas não podem se concentrar na música porque querem gravar aquilo – depois de um tempo, você não se esforça para lutar contra isso, porque vai contra a tendência”, completou.
Nikki Sixx disse que a mesma situação aconteceu com ele. “Não há como lutar contra isso sem decepcionar seus fãs. Foi o que percebi logo no começo. Percebi que se eu sou um fã do Aerosmith, vou ao show e Joe Perry publica nas redes sociais que odeia todos que usam celulares nos shows, eu pensaria: ‘trabalhei por três meses para comprar um ingresso e comprar uma camiseta, nunca conheci meu herói e agora ele está me criticando, mas eu gravei um vídeo!’. Eu estaria feliz em ter o vídeo”, afirmou.
Slash complementou: “Como músico, você quer que as pessoas te ouçam. Não é sobre a experiência de se estar em um evento. É sobre as músicas e o que acontece durante a performance. Mas acho que isso é redundante, pois é um sinal dos tempos. As pessoas estão fazendo isso e têm equipamentos para fazer isso. Se você perder o sono por isso, vai perder tempo”.
Sixx reforçou, ainda, que existe uma antiga cultura no rock de procurar por bootlegs – gravações de shows feitas por fãs. O próprio ex-baixista do Mötley Crüe era um “caçador de bootlegs” na adolescência e tanto ele quanto Slash admitem que, apesar de parecer um erro acompanhar um show por meio de uma tela de celular, a gravação pode fazer a alegria de muitos fãs posteriormente.