O vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson, refutou que o heavy metal seja um estilo musical apreciado, especialmente, por homens das classes sociais trabalhadoras e consideradas “alienadas”. Em entrevista ao The Irish Times, o cantor afirmou que não acredita que seja possível alocar qualquer gênero musical a uma determinada classe social.
Durante o bate-papo, Bruce Dickinson falou sobre ter estudado em um internato bastante prestigiado da Inglaterra, chamado Oundle. Então, o entrevistador apontou que, no Reino Unido, os internatos são destinados especialmente às pessoas de classe média, enquanto que o heavy metal é característico, segundo ele, da chamada classe trabalhadora.
Em resposta à observação, Dickinson disse: “Não tenho muita certeza sobre isso. Não acredito que seja possível alocar qualquer estilo de música a uma determinada classe social. Você imaginaria que o punk fazia parte de uma classe extremamente trabalhadora, mas, na verdade, estava repleto de pessoas ricas em muitas bandas punk. No topo de várias bandas punk, estavam diversas pessoas de classe média ou anarquistas aristocratas. Também tinha também uma participação justa das pessoas da classe trabalhadora”.
Dickinson afirmou que não será o responsável a dar início a uma “guerra de classes” na música. “Evito guerra de classes, porque é besteira. Pessoas são pessoas. De onde elas vêm, bem como seus antecedentes, são características muito variadas. O dinheiro não deveria entrar nisso, a menos que essas pessoas queiram”, disse.
Curiosamente, o site Blabbermouth apontou que uma pesquisa feita em 2014, pelo City Lab com o Martin Prosperity Institute, tentou apresentar uma visão socioeconômica mais apurada sobre o heavy metal.
O estudo, que faz uma associação entre condição socioeconômica e número de bandas de metal presentes, afirma que embora o estilo tenha menor influência em locais como Estados Unidos e Reino Unido, com problemas desse teor mais evidentes entre a população, a popularidade do gênero permanece em alta em países da chamda Escandinávia, “notáveis por sua riqueza, segurança social robusta e alta qualidade de vida”. A pesquisa aponta, ainda, que o apreço dos países escandinavos pelo heavy metal está ligado diretamente ao ensino compulsório de música nas escolas.