O baterista Lars Ulrich disse que a luta do Metallica contra o Napster, antigo programa de compartilhamento de músicas, não foi por dinheiro. A afirmação foi feita em entrevista à rádio 92Y, de Nova York (transcrição por Alternative Nation).
Inicialmente, Lars foi questionado se faria algo de diferente sobre a situação. “Acho que poderíamos ter nos educado melhor sobre o que pensava o outro lado e quais eram os problemas”, respondeu. “Isso começou como uma briga de rua. Não era sobre o futuro da música, negócios da música ou dinheiro. Era uma briga de rua.”
Ele relembrou de quando “I Disappear”, música feita para o filme “Missão Impossível 2”, vazou e foi parar nas rádios. “Gravamos entre compromissos de turnê e seguraríamos até o verão seguinte. Um dia, recebo uma ligação de Cliff (Burnstein, co-empresário do Metallica) dizendo que a música está tocando em 20 estações de rádio americanas. Ficamos: ‘como isso é possível?’ Ele disse que havia algo chamado Napster, onde as pessoas compartilhavam arquivos”, contou.
Lars afirmou que, a partir daí, começou a “briga” com o Napster. “Como se fazia antigamente, era algo como: ‘bem, vamos f*der com o Napster então’. E os holofotes se viraram sobre mim. Fomos pegos e estávamos no meio. O Napster significava muito para várias pessoas, então fomos pegos de surpresa por isso e tivemos que nos virar na sequência”, disse.
Na época do Napster, Ulrich disse que o Metallica era completamente a favor das bootlegs – gravações amadoras de apresentações ao vivo. “Você poderia ir a um show com seus aparelhos de gravação e registrar os shows do Metallica. Nós trocávamos fitas no passado e éramos a favor disso. O problema é que ninguém do Napster nos ligou para perguntar: ‘está tudo bem para vocês em fazermos isso?’. Haveria, daí, uma conversa. Mas fizeram sem nos consultar antes”, afirmou.
Nesse ponto, Lars admite que poderia ter se informado melhor. “Fomos atingidos por uma chuva de b*sta e as pessoas diziam: ‘o Metallica tem sede por dinheiro’. E não tinha nada a ver com dinheiro. Era sobre: ‘espere, se vamos doar a nossa música – o que não ligamos em fazer -, talvez nós mesmos façamos isso, ou alguém deveria pedir nossa autorização’. Era isso”, disse.
Hoje, Lars Ulrich diz ser “grande amigo” de Sean Parker, fundador do Napster. “Eu o elogiei e passamos a ter uma relação de novo. Mas eles eram muito espertos. Diziam: ‘não sabemos quem são as pessoas que baixam as músicas’. E nós: ‘não acreditamos e pensamos que vocês podem encontrar os nomes’. Então, nós mesmos conseguimos os nomes das pessoas. ‘Se vocês não conseguem achar, nós informamos vocês’. Não foi a ação de relações públicas mais inteligente possível, mas pelo menos vencemos a discussão”, afirmou.