O guitarrista Brian May falou, em entrevista à Classic Rock Magazine, sobre como teve início a parceria do Queen com Adam Lambert, entre o fim da década passada e o início de 2010. O músico também arriscou opinar sobre qual seria a opinião de Freddie Mercury, se estivesse vivo, sobre o talento de Lambert.
Inicialmente, May contou que o fim das turnês com Paul Rodgers, no projeto Queen + Paul Rodgers, representaria o fim da banda. “Não saímos procurando cantores que soassem como Freddie, nem fizemos buscas em programas de TV. Apenas ficamos quietos. Mas o destino interveio. Seria um presente de Deus?”, disse.
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Brian disse que, em 2009, o mundo já estava dominado não só pelas mídias sociais, mas, também, por programas de talentos na TV. “Comecei a receber mensagens que diziam: ‘há um cara incrível no American Idol que cantou uma de suas músicas na competição, parece que ele vai vencer a temporada’. Procurei no YouTube e havia esse jovem cantando ‘Bohemian Rhapsody’ – Adam Lambert”, afirmou.
May descreveu Lambert como “alguém completamente fora do comum”. “Várias pessoas me disseram: ‘você deveria se juntar a esse cara’ ou ‘ele é o sucessor natural de Freddie’. Então, Roger (Taylor, baterista) e eu fomos convidados para tocar no American Idol com os dois finalistas – sendo Adam um deles. Fomos e fizemos nossa entrada dramática e heroica com esses dois. Foi divertido”, disse.
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Embora tenha elogiado o outro competidor – Kris Allen, que acabou em primeiro lugar -, Brian May disse que havia uma química notável entre Adam Lambert e o Queen. “Ele nunca tentou ser Freddie e acho que isso o torna atrativo para nossos fãs, além de ser um cantor extraordináro, de muita presença”, afirmou.
A opinião de Freddie e a reação de alguns
Tendo trabalhado com Freddie Mercury por tantos anos, Brian May é, provavelmente, a melhor pessoa para dizer o que o lendário vocalista pensaria sobre Adam Lambert. E a opinião de Mercury, segundo May, teria um tom de deboche – típico do cantor.
“Sempre penso que Freddie, com um sorriso perverso, diria algo como: ‘eu te odeio, Madam Lambert’, porque mesmo Freddie teria se impressionado com seu alcance e sua habilidade de reinterpretar essas músicas que nós quatro criamos juntos”, afirmou.
May também comentou sobre a rejeição de parte de alguns fãs do Queen, que pensam que os músicos não deveriam seguir suas carreiras. “Há pessoas por aí que pensam ser imperdoável que estejamos em turnê. Acham que deveríamos fazer as malas e ir para casa, como pessoas velhas. Mas é óbvio que não só as pessoas mais velhas, mas pelo menos duas gerações seguintes pelo mundo todo se encaixaram na música do Queen. E eles adoram nos ver ao vivo com esse garoto – que está um pouco mais velho agora, mas ainda é um menino comparado a nós, velhos roqueiros”, disse.
Brian também destacou que a diferença da idade não importa para o Queen. “Temos a mesma ética de trabalho, a mesma alegria em tocar esse material. E nessas grandes arenas que tocamos, tudo o que vejo são rostos felizes. Pessoas que sentem, como nós, que é um privilégio compartilhar desses momentos, muito após Freddie ter ido embora. E, meu Deus, é divertido!”, afirmou.