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Em “The Astonishing”, Dream Theater lança boas músicas em carcaça complexa

Dream Theater: “The Astonishing” [2016]

O Dream Theater tem um caminho invejável no mundo do metal. A banda optou por se separar e investir em uma base de fãs para se solidificar como um nome consagrado. E deu certo: o grupo é referência dentro do metal progressivo, justamente por fazer músicas como ninguém faz.

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O grupo vinha de um bom lançamento, o pesado e conciso álbum autointitulado, de 2013, quando decidiu lançar “The Astonishing”. O novo trabalho já assusta pela quantidade de faixas – 34, divididas em dois discos – e por apostar, novamente, em uma temática conceitual. Como a maior parte de registros do tipo, a história é boba: no ano de 2885, um grupo de rebeldes tentam derrubar um império opressor utilizando a música como elemento central.

Como o Dream Theater é um raro caso de segmentação dentro do próprio metal, fica difícil expor opiniões sobre algum de seus trabalhos sem ser um grande fã. Até mesmo o jornalismo que aborda o grupo costuma ser altamente focado em uma diretriz e, involuntariamente, tendencioso. Até por isso, demorei quase dois meses para tomar coragem e escrever essa resenha.

No entanto, é preciso destacar que “The Astonishing” é muito pretensioso. Talvez seja essa a intenção, mas isso me entristece, porque a proposta artística do disco me atrai. Aqui, o Dream Theater soa mais comercial e menos amarrado em virtuosismos e faixas extensas. Apesar da grande quantidade de faixas, são raras as que passam do 5° minuto. A carcaça complexa de ser explorada, com 34 faixas, esconde uma série de boas canções.

Os músicos do Dream Theater sempre tocam de forma impecável, mas o que me chama a atenção em “The Astonishing” é a timbragem dos instrumentos. Sem exageros ou saturações: a sonoridade é gostosa e lembra gravações analógicas das décadas de 1980 e 1990. Méritos de John Petrucci, que se destacou como guitarrista, produtor e compositor de praticamente todo o material, dividindo os créditos das melodias com o tecladista Jordan Rudess.

Não consigo dar uma nota realmente boa para um disco que não pode ser ouvido em uma tacada só. São duas horas e dez minutos de música. Mas vale a pena se esforçar para ouvir “The Astonishing” e encontrar boas pérolas perdidas em meio a uma carcaça amedrontadora.

Nota 7

James LaBrie (vocal)
John Petrucci (guitarra)
Jordan Rudess (teclados)
John Myung (baixo)
Mike Mangini (bateria)

Músicos adicionais:
Eric Rigler (gaita de fole em “The X Aspect”)
City of Prague Philharmonic Orchestra

Act I

1. Descent of the NOMACs (NOMACs instrumental)
2. Dystopian Overture (Instrumental)
3. The Gift of Music
4. The Answer
5. A Better Life
6. Lord Nafaryus
7. A Savior in the Square
8. When Your Time Has Come
9. Act of Faythe
10. Three Days
11. The Hovering Sojourn (NOMACs instrumental)
12. Brother, Can You Hear Me?
13. A Life Left Behind
14. Ravenskill
15. Chosen
16. A Tempting Offer
17. Digital Discord (NOMACs instrumental)
18. The X Aspect
19. A New Beginning
20. The Road to Revolution

Act II

1. 2285 Entr’acte (Instrumental)
2. Moment of Betrayal
3. Heaven’s Cove
4. Begin Again
5. The Path That Divides
6. Machine Chatter (NOMACs instrumental)
7. The Walking Shadow
8. My Last Farewell
9. Losing Faythe
10. Whispers on the Wind
11. Hymn of a Thousand Voices
12. Our New World
13. Power Down (NOMACs instrumental)
14. Astonishing

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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