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No Dia da Mulher, confira 10 bons nomes femininos no hard rock

Desde que passou por sua popularização, na década de 1980, o hard rock passou a ser cada vez mais machista, tanto pelo conteúdo das letras quanto pela falta de abertura a projetos femininos no estilo. Ainda assim, vários nomes com mulheres envolvidas conseguiram se consagrar no gênero. Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado na terça-feira (8), selecionei dez nomes de meu gosto que se enquadram nesse perfil. Veja:

Heart: provavelmente o maior nome feminino no segmento. O Heart é formado por duas mulheres, a vocalista Ann Wilson e a guitarrista Nancy Wilson, e, ao longo dos anos, homens foram escolhidos para os demais instrumentos. Apesar do flerte com o folk rock, especialmente nos primórdios e nos trabalhos mais recentes, o grupo se consolidou praticando hard rock e chegou a mergulhar no hair metal na década de 1980. O autointitulado, de 1985, é o meu favorito.

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Lita Ford: o trabalho com as Runaways colocou Lita Ford em um patamar acima, visto que, na década de 1970, uma banda formada apenas por mulheres fazer algum sucesso dentro do rock era algo inimaginável. Em carreira solo, a guitarrista (e vocalista) também impressionou. Não obteve o mesmo sucesso de Joan Jett e seu rock quase punk, mas obteve bons resultados comerciais especialmente com “Lita”, lançado em 1988. Com exceção de “Wicked Wonderland” (2009), tem uma boa discografia.


Halestorm: se o amor corta, como diz a música “Love Bites”, o Halestorm corta. A mistura entre hard rock e heavy metal praticada pela banda liderada por Lzzy Hale é afiada e contemporânea. Não à toa, é o principal nome comandado por uma mulher no estilo. “The Strange Case Of…” é o melhor trabalho, para mim.


Fiona: ter discos gravados ao lado de músicos como Kip Winger, Brad Gillis, Reb Beach e Jimmy DeGrasso, entre outros, não é para qualquer um. Ok, Fiona era casada com Beau Hill, um dos grandes produtores da década de 1980, e tinha apoio da Atlantic Records. Ainda assim, a talentosa cantora tem bons discos lançados. AOR típico de trilha sonora de filme dos anos 80. Recomendo “Beyond The Pale” (1986) e “Heart Like A Gun” (1989).


Vixen: em um meio tão sexista, o Vixen se consolidou como a única banda formada apenas por mulheres a explodir no famigerado hair metal – e, provavelmente, a única a chegar tão perto do estilo musical praticado no segmento sem fazer uso de elementos mais melódicas. Janet Gardner, Roxy Petrucci, Share Pedersen e a falecida Jan Kuehnemund fizeram bonito, especialmente nos dois primeiros discos, o debut autointitulado de 1988 e “Rev It Up” (1990).


Doro Pesch: a trajetória de Doro é marcada por um natural passeio entre o heavy metal e o hard rock. A alemã tem, notavelmente, mais simpatia pelo primeiro estilo – especialmente nos discos feitos com o Warlock. Mas nos primeiros trabalhos de sua discografia solo, como “Force Majeure” (1989) e “True At Heart” (1991), a proposta é mais heterogênea.


Sister Sin: com claras influências de Doro Pesch, o Sister Sin também aposta na mescla entre elementos do hard rock e heavy metal. Aqui, o metal também vence, mas o hard ainda aparece na boa discografia desta banda, cujo fim foi anunciado no ano passado. Meus trabalhos favoritos são justamente os dois últimos: “Now And Forever” (2012) e “Black Lotus” (2014).


Saraya: um dos grandes achados do underground do hard rock. Liderado por Sandi Saraya e com Tony “Bruno” Rey (ex-Danger Danger) na guitarra, o Saraya aposta em um hard rock melódico, ganchudo e bem produzido. Pena que só durou para lançar dois discos, o debut autointitulado de 1989 e “When the Blackbird Sings” (1991). Recomendo ambos.


Lisa Price: com apenas um EP lançado – “Priceless” (1983) –, Lisa Price fez o suficiente para colocar uma pulga atrás na orelha de fãs do hard rock melódico. A canadense tem boas músicas, com destaque para os músicos das catacumbas do hard rock lado Z, como Bernie LaBarge (China) e Derry Grehan (Honeymoon Suite). Difícil de se encontrar, mas vale a pena ouvir.


Lee Aaron: é improvável pensar que uma das cantoras do estilo que mais se renderam à sexualização oitentista se entregaria, anos depois, ao jazz. A canadense Lee Aaron fazia um hard rock conciso, sempre acompanhada de uma boa banda e até mesmo um disco produzido pelo consagrado Bob Ezrin – “Call Of The Wild” (1985). Chegou a fazer sucesso na terra natal e em alguns países da Europa. Ainda assim, já na segunda parte dos anos 1990, entrou no mundo do jazz. E de lá não saiu. Do mencionado “Call Of The Wild” até “Emotional Rain” (1994), todos os álbuns são recomendados.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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