Entrevista: Strike se distancia do rock em novo disco ‘Collab – Parte 1’

Cada vez mais distante do hardcore que a consagrou nacionalmente há quase dez anos, a banda Strike, de Juiz de Fora (MG), lançou, no fim de 2015, o quarto disco. Como indica, “Collab – Parte 1” é a fatia inicial de uma nova perspectiva do grupo, que, em discos anteriores, já se aproximava de estilos como reggae e hip hop.

Em entrevista concedida a mim para o CORREIO de Uberlândia, o vocalista Marcelo Mancini afirma que a transição musical aconteceu de forma natural, tanto pela mudança de formação – que agora conta com Bruno Graveto (ex-Charlie Brown Jr) na bateria e Léo Pinotti (ex-Granada) no baixo -, quanto pela “inquietação artística” dos demais músicos, Mancini e os guitarristas André Maini e Rodrigo Maciel.

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“Sempre fomos influenciados pelo Sublime (banda norte-americana de ska). Esse tipo de som, mais ‘ensolarado’, já tinha pintado nos discos anteriores, mas, neste novo álbum, nós acabamos explorando mais essa vertente e isso acabou trazendo um novo norte para o nosso som”, diz.

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De acordo com Mancini, as duas partes de “Collab” têm características diferentes. Enquanto a primeira, já divulgada ao público, se aproxima do reggae, a segunda, que ainda está em processo de composição, será mais orientada ao hip hop. A presença do estilo jamaicano, na primeira etapa, se reflete, também, nos músicos convidados pelo Strike para as gravações: Alexandre Carlo (Natiruts) e Hélio Bentes (Ponto de Equilíbrio), além de Rael e outros.

Uma terceira parte para “Collab” ainda é discutida, mas não será composta por material autoral, segundo Marcelo Mancini. “O terceiro será um DVD com os principais singles de todos os discos da nossa carreira em um show ao vivo”, afirma o vocalista.

Rock “desconexo”

O Strike despontou para o sucesso em 2007, com o álbum de estreia “Desvio de conduta”. A banda apresentava influência do hardcore e do punk rock, mas também tinha uma abordagem comercial, como outros nomes que se consagraram naquela época, como NX Zero, Forfun, Hateen e outros.

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Para o vocalista Marcelo Mancini, as bandas do segmento que fizeram sucesso na década passada formaram um forte movimento, mas hoje não há mais conexão entre os grupos de rock nacional. “Às vezes, surgiam parcerias, como Titãs e Paralamas do Sucesso, Charlie Brown Jr e Raimundos, mas, ultimamente, não tem surgido nada no gênero”, afirma.

Mancini afirma que, talvez, por essa desconexão, o rock tenha perdido espaço para outros estilos no Brasil – diferente de outros gêneros. “No rap, temos uma cena que movimenta bastante; no reggae, também enxergo um movimento atuante, mas o rock sempre foi cada um por si”, diz.

Tracklist Strike – “Collab – parte 1”

  1. “Rolo compressor”
  2. “Acende o isqueiro” (com Helio Bentes – Planta e Raiz – e Rael)
  3. “Qualquer lugar” (com Alexandre Carlo – Natiruts)
  4. “Grafitando a trajetória” (com Zeider Pires – Planta e Raiz)
  5. “Luz”
  6. “O impossível me atrai”
  7. “A coisa”
  8. “O mar levou”
  9. “Lei da atração”
  10. “Biografia 2”
  11. “Sol de paz”
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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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