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Black Sabbath: 35 anos de “Heaven And Hell”

Black Sabbath: “Heaven And Hell”
Lançado em 25 de abril de 1980

Ozzy Osbourne já sofria bastante quando deixou o Black Sabbath pela primeira vez, em 1977. Além de problemas pessoais com as drogas, já constantes há um bom tempo, Ozzy entrou em depressão após o falecimento de seu pai, o que culminou em sua saída. Dave Walker, ex-vocalista do Fleetwood Mac, ocupou o posto por pouco tempo até que o Madman das trevas decidiu regressar, também por período limitado, porque foi despedido da banda por conta dos vícios, em 1979.
Quando todos os fãs esperavam que um substituto à altura não seria encontrado (Walker não agradou em sua única apresentação com a banda, em um programa da BBC), eis que o trio remanescente surpreende ao investir em Ronnie James Dio, recém-saído vocalista do Rainbow. Seu antigo chefe, Ritchie Blackmore, acabou o mandando para a rua por conta de diferenças musicais – Blackmore queria fazer um som mais comercial enquanto Dio pretendia seguir a proposta anteriormente apresentada pelo grupo.
A line-up ainda contou com a entrada de Geoff Nicholls, ex-guitarrista e tecladista do Quartz, convocado inicialmente para as sessões de composição em substituição do baixista Geezer Butler, que estava se divorciando na época e cogitava deixar a banda. Butler se manteve e Nicholls foi aproveitado nos teclados, posto que ocupou pelos seguintes 23 anos – na maior parte do tempo, apenas no fundo do palco e sem aparecer em imagens de divulgação do grupo.
Todo o processo de composição e gravação foi finalizado em janeiro de 1980, mas o play só viu a luz do dia há exatos 35 anos, por conta, principalmente, da produção perfeccionista de Martin Birch.
A demora compensou, pois “Heaven And Hell” foi responsável por reerguer os pais do heavy metal, apagados por conta dos lançamentos anteriores, que foram considerados mais fracos que os primeiros álbuns da discografia. O grupo foi além e retomou o sucesso sem apostar no “mais do mesmo”. Ronnie James Dio se tornou influente nas composições e fez todas as letras, além de ter dado um estilo melódico na parte das canções.
A consistência do heavy metal do Black Sabbath foi mantida em “Heaven And Hell”, sem muitos elementos doom que consagraram o grupo no início. A aposta foi direcionada em músicas mais diretas e rápidas do que já havia se apresentado anteriormente – apesar, é claro, de exceções como a melódica faixa título. Nota-se, ainda, algumas pitadas de hard rock em canções como “Wishing Well”, “Lady Evil” e “Walk Away”.
Já “Die Young”, “Children Of The Sea” e a já mencionada faixa título trazem os elementos sombrios que consagraram os britânicos, mas com o approach melódico em destaque. Dio deu sangue novo ao grupo, que criou uma identidade avulsa ao Sabbath de Ozzy. O instrumental não ficou atrás: Tony Iommi soa renovado, Geezer Butler voltou a ter destaque e Bill Ward fez o que o script mandava. A contribuição de Geoff Nicholls foi tímida, mas decisiva para a tentativa de se fazer um Sabbath mais melódico.
A recepção foi boa: “Heaven And Hell” fez sucesso não só no Reino Unido, mas também na América do Norte, terra onde o Black Sabbath estava meio esquecido. Hoje, é visto como um clássico da banda e do heavy metal. É uma pena que Dio tenha ficado pouco – deixou o grupo em 1983 – e que a história do Black Sabbath tenha sido tão arrastada nos anos seguintes.
Ronnie James Dio (vocal)
Tony Iommi (guitarra)
Geezer Butler (baixo)
Bill Ward (bateria)
Geoff Nicholls (teclados)
01. Neon Knights
02. Children Of The Sea
03. Lady Evil
04. Heaven And Hell
05. Wishing Well
06. Die Young
07. Walk Away
08. Lonely Is The Word
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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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