Judas Priest faz a lição de casa em novo disco, “Redeemer Of Souls”

Judas Priest: “Redeemer Of Souls” (2014)

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O Judas Priest estava, de certa forma, em dívida com os fãs. O último disco, “Nostradamus” (2008), foi bastante criticado por ser maçante – motivo pelo qual me afasto cada vez mais do heavy metal. A banda tentou mudar um pouco sua orientação e fez algo meio teatral, com participação de instrumentos de orquestra. Não rolou.
Em “Redeemer Of Souls”, a pedida foi a simplicidade. Faixas mais curtas e diretas marcam boa parte do trabalho. Os timbres são completamente metálicos, pesados e oitentistas. Richie Faulkner injetou sangue novo à parte autoral do grupo, comandada por ele, Glenn Tipton e Rob Halford.
Halford, aliás, soube se adaptar de forma interesse às suas atuais limitações vocais. A banda colaborou, com o uso de afinações e tonalidades mais graves, o que contribui ainda mais para o desenvolvimento de um som pesado. As guitarras, em especial, se destacam nesse contexto, apesar de, em alguns momentos, a produção ser bastante abafada e de gosto exagerado – a guitarra de “Metalizer” beira o amadorismo em termos de captação. A cozinha mantém o seu trabalho bem feito, especialmente pela bateria por vezes enfurecida de Scott Travis.
Claro que a banda paga pelo preço de um passado quase irretocável. Algumas faixas dão a sensação de dèjá-vu. Especialmente no heavy metal, estilo que, por incrível que pareça, é muito limitado em termos de arranjo – ainda mais em gêneros mais tradicionais. Acho que alguns flertes com o hard rock, como o grupo fez por quase vinte anos até mergulhar de vez no heavy em “Painkiller”, tornaria “Redeemer Of Souls” um pouco mais dinâmico.
“Redeemer Of Souls” agrada, apesar dos pontos fracos anteriormente pontuados. Pode ser supervalorizado em algumas análises de outros resenhistas, especialmente porque a banda ficou devendo em “Nostradamus”. É um disco razoável, mas está longe de ser um novo clássico. Não é a intenção da banda, também. O Priest atua em um nicho segmentado demais para procurar fazer um novo “British Steel”. Destaques para a abertura “Dragonaut”, a tipicamente heavy “March Of The Damned”, a arrastada “Hell & Back” e a sabbática “Crossfire”, de riff hipnotizante.

Nota 7

1. Dragonaut
2. Redeemer of Souls
3. Halls of Valhalla
4. Sword of Damocles
5. March of the Damned
6. Down in Flames
7. Hell & Back
8. Cold Blooded
9. Metalizer
10. Crossfire
11. Secrets of the Dead
12. Battle Cry
13. Beginning of the End

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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