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Do pop ao death metal: segundo dia do 2° Festival Timbre em Uberlândia é elástico e eclético

2ª Festival Timbre e Arte na Praça – Acrópole Hall (31/05/2014)

Fotos por Felipe Flores – clique e conheça o trabalho dele
O segundo dia do 2° Festival Timbre e Arte na Praça foi marcado pela diversidade. Definitivamente, nunca havia acompanhado um evento tão diverso em gêneros musicais. Do indie pop ao death metal, a elasticidade marcou o line-up do sábado (31), que contou com Emicida, Boss In Drama, Tiago Iorc, Krow, Leptospirose, Tarso Miller & The Wild Comets e Kicila, além da banda Surreal no palco alternativo. Novamente com atraso: a abertura dos portões, prevista para 19h, foi adiada para 20h30 (conforme anúncio feito no evento criado no Facebook) e só aconteceu por volta das 21h.
Assim como no primeiro dia, uma banda recebeu o público e fez shows durante as trocas de equipamento no palco principal. No sábado, foi a função da Surreal, que destilou músicas próprias e covers de rock dos anos 1970 ao público. A banda merece maior atenção por parte da organização em próximas edições do festival, porque agradou a plateia.
Kicila

A cantora Kicila, de Belo Horizonte, abriu as honras do palco principal. Apesar de talentosa, a garota precisa de interagir de forma mais segura com o público e de uma banda mais robusta para o apoio. Talvez um guitarrista complementar ou um tecladista complementem a boa sonoridade de seu soft rock com bases no indie. Vale mencionar o bom cover para “Fever”, de Elvis Presley, feito ao final do setlist.

Tarso Miller & The Wild Comets colocaram fogo no público com um rockabilly/country muito divertido. O trio é muito familiarizado com o palco – soa muito melhor ao vivo do que em estúdio, sem sombra de dúvidas. Foi o primeiro show de repertório 100% autoral, de acordo com o vocalista Tarso Miller. Uma música do próximo disco também fez parte do setlist, mas não foi revelado quando esse novo trabalho chegará aos fãs.

 Tarso Miller & The Wild Comets

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De um trio para outro: o Leptospirose ocupou o palco do Timbre com um estilo que definem como “rock doido”. As músicas da banda são marcadas por um punk rock que flerta com o metal e pela curta duração: nenhuma delas passou do 1° minuto. Uma roda de pogo ocupou a parte central do público e garantiu a diversão dos adeptos. Show divertido e sucinto: cerca de 20 minutos de duração.
O vocalista e guitarrista Quique Brown ressaltou, em entrevista, que não é a primeira vez da banda em Uberlândia – o grupo esteve aqui em outras duas oportunidades, no Goma, que tem um espaço bem mais tímido e reservado do que a Acrópole. Ele também afirmou o apreço de se apresentar em um festival de gêneros distintos. “Muitas pessoas que não conhecem, acabam sendo convencidas pelo nosso som”, disse.

Leptospirose

Provavelmente o maior nome uberlandense no underground mundial, o Krow fez, como era de se esperar, um show seguro. A liderança do frontman Guilherme Miranda no palco e a bateria no melhor estilo “metralhadora” de Jhoka Ribeiro, além da boa participação do guitarrista Lucas The Carcass e do baixista Cauê De Marinis, garantiram o deleite do público headbanger, com um desfile de pedradas genuinamente death/thrash metal. Mas vale ressaltar: pelo estilo extremo, a apresentação foi deveras segmentada e afastou aqueles que não estão acostumados com o gênero.

Krow
Do mais extremo, o festival caminhou para o momento mais calmo. O cantor Tiago Iorc arrancou gritos desde que foi anunciado pela apresentadora do evento. A boa aparência e o som acessível o tornaram uma nova promessa no cenário do “indie pop rock” – se é que isto existe, pois “indie” e “pop” são termos conflitantes. De qualquer forma, o “John Mayer brasileiro” não me convenceu. O show morno, as músicas medianas e a falta de carisma do bonitão justificam, apesar de ter consciência de que, ao menos, ele é um bom cantor e músico. Com mais identidade, pode me convencer. Mas agradou aos fãs, sem dúvidas.

Tiago Iorc

Novamente por razões pessoais, deixei o Festival Timbre um pouco mais cedo. O Boss In Drama provavelmente animou o público que implorava por travesseiros durante o show de Tiago Iorc. Já sobre o Emicida, prefiro não tecer comentários. A produção do rapper pode não autorizar.

Emicida
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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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