Jake E. Lee estava inseguro quanto à despedida do Black Sabbath e de Ozzy Osbourne. O guitarrista, que acompanhou o saudoso Madman entre 1982 e 1987, figurou entre os artistas escalados para o festival ocorrido no último dia 5 de julho, em Birmingham, na Inglaterra, e recebeu o convite diretamente do diretor musical Tom Morello, que destacou que ele “não poderia faltar”.
Porém, o músico confessou que, antes de chegar aos ensaios, sentiu inicialmente que era “meio como uma nota de rodapé, talvez até uma nota de rodapé quase esquecida”. Não só, como começou a ficar tenso ao ver outro grande guitarrista tocando em sua frente.
Ao podcast Talk is Jericho, Jake revelou que estar na presença de Nuno Bettencourt, do Extreme, o deixou ainda mais nervoso. Conforme transcrição da Ultimate Guitar, ele disse:
“Quando cheguei lá, pensei que as pessoas ainda pensavam em mim como: ‘ah, é o Jake, ele esteve na banda uma vez’. No primeiro ensaio, eu realmente fiquei nervoso, algo que eu nunca fico. Obviamente eu fico [risos], mas não é da minha natureza. Ficar preocupado não muda nada. Mas ver o Nuno e os músicos ensaiarem suas músicas enquanto eu estava ali esperando minha vez me deixou muito nervoso, o que foi estranho.”
Foi Frank Bello, baixista do Anthrax, quem o acalmou diante da ansiedade. Jake relembrou:
“Frank Bello estava ao meu lado. Ele virou pra mim e disse: ‘eu mal posso esperar pra te ver tocar’. Eu disse que estava nervoso e ele respondeu: ‘não, você é Jake E. Lee, você poderia subir lá e soltar um pum que a gente aplaudiria’. Isso me fez sentir melhor. Quando começamos a tocar ‘The Ultimate Sin’, tudo entrou no eixo de novo e a sensação foi boa.”
A performance de Jake E. Lee
Jake E. Lee integrou um supergrupo composto por Lzzy Hale (Halestorm, vocais), David Draiman (Disturbed, vocais), Nuno Bettencourt (Extreme, guitarra), David Ellefson (ex-Megadeth, baixo), Mike Bordin (Faith no More, ex-Ozzy Osbourne, bateria) e Adam Wakeman (músico de apoio de Ozzy e do Black Sabbath, teclados). Com certas variações na formação, tocaram “The Ultimate Sin” (com Lzzy cantando) e “Shot in the Dark” (com Draiman no vocal).
Apesar dos elogios quanto à sua performance, o guitarrista também lidou com contratempos ao subir ao palco. Durante uma entrevista à Guitar World (via Ultimate Guitar), o artista explicou que a confusão começou quando ainda estava no backstage e percebeu que a guitarra estava desafinada.
O músico estava meio perdido quanto à própria entrada e não conseguiu resolver a questão a tempo. Citando justamente Nuno, ele declarou:
“Eu estava no camarim e sabia que minha guitarra precisava ser afinada. Fiquei perguntando sobre o resto da banda, mas me disseram que eles ainda não estavam prontos. Então, me levaram para o lado direito do palco e eu tinha que entrar pelo lado esquerdo, mesmo assim insistiram. Entrei e o Nuno tinha colocado a plateia para gritar meu nome. Eu subi no palco e a Lzzy e o Nuno começaram a fazer reverências para mim e o Nuno me abraçou e me deu um beijo na bochecha. A plateia estava gritando meu nome. Foi avassalador. Estou surpreso de não ter tropeçado e caído.”
Com a reação calorosa do público, Jake acabou deixando a afinação em segundo plano. Além disso, destacou que uma das músicas não saiu exatamente como ensaiado. Ainda assim, o guitarrista considera que a apresentação foi “fantástica e incrível”:
“Por causa de tudo isso, fiquei um pouco desafinado. Mas valeu a pena. Ter aquela introdução e reação fez bem para a minha alma. E depois, com ‘Shot in the Dark’, nós tínhamos ensaiado de um jeito, mas acho que o David ficou um pouco empolgado e se adiantou. Então não consegui fazer minha harmonia no começo, mas tudo bem. Toquei o meu melhor? Talvez não. Estava afinada? Talvez não. Foi fantástico e incrível? Com certeza.”
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