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A homenagem do recém-reunido Rush a Ace Frehley, do Kiss

Nota assinada por Geddy Lee relembrou momentos ao lado do guitarrista na década de 1970; Alex Lifeson também prestou tributo

A morte de Ace Frehley na última quinta-feira (16) causou grande comoção na cena musical. Diversos artistas prestaram homenagem ao guitarrista original do Kiss, incluindo o recentemente reunido Rush.

Nas redes sociais, a banda publicou registros tirados na década de 1970, quando abriam as apresentações dos mascarados. Assinada pelo vocalista, baixista e tecladista Geddy Lee, a nota lamentou: 

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“Completamente chocados e tristes com a notícia de que Ace Frehley faleceu tragicamente. Em 1974, quando abríamos os shows do Kiss, Alex [Lifeson], Neil [Peart] e eu passamos muitas noites juntos no quarto de hotel dele depois dos shows, fazendo todo tipo de bobagem que conseguíamos imaginar, só para arrancar dele aquela risada inconfundível e contagiante. Ele era uma figura única e um verdadeiro astro do rock. Descanse em paz, Ace… obrigado por receber nós, novatos, no mundo do rock and roll.”

O próprio Ace relembrou com carinho os momentos vividos ao lado do Rush na autobiografia “Não Me Arrependo” (2011). Em trecho do livro, o saudoso guitarrista contou até mesmo uma curiosa história com o guitarrista Alex Lifeson: 

“Tenho muitas histórias de estrada, mas uma que sempre vem à mente é a turnê que fizemos no verão de 1975, com o Rush fazendo o show de abertura para nós. Sempre gostei de Rush (e ainda gosto). Depois de algumas semanas em turnê, comecei a conhecer os rapazes da banda, e seu gerente de turnê, Howie, que era muito engraçado. Uma coisa levou à outra e, em pouco tempo, Peter e eu passamos a receber visita dos rapazes do Rush. Geralmente isso se transformava em tardes cheias de cerveja e erva e tudo que houvesse por perto. Alex Lifeson, o guitarrista da banda, costumava participar dessa rotina histérica com uma grande sacola de papel. Ele desenhava um rosto gigante ridículo na sacola com um marcador preto, fazia dois buracos para poder ver e respirar e depois a colocava na cabeça. A essa altura, todo mundo no quarto estava bêbado ou chapado, mas geralmente um pouco dos dois. De qualquer forma, Alex entrava nessa rotina com a sacola na cabeça e, enquanto fumava um baseado pelo olho, deixava todo mundo em total histeria. Ele tirava o máximo disso até todo mundo sentir falta de ar!”

Em seu próprio perfil, Lifeson relembrou “o saco” (chamado de “The Bag” como um nome próprio entre os amigos) e declarou:

“A Bag está muito triste com a notícia da morte de Ace. Eles passaram muitos momentos doces juntos, rindo e insultando qualquer coisa que se movesse. Descanse em paz, meu amigo.”

A relação entre Rush e Kiss

Apesar de musicalmente diferentes, Rush e Kiss desenvolveram uma forte amizade nos anos 1970. Especialmente porque a banda americana apadrinhou o trio canadense em sua primeira grande turnê.

As viagens geraram um relacionamento cordial, especialmente entre os bateristas, já que Peter Criss foi aluno do grande ídolo de Neil Peart, o lendário músico de jazz Gene Krupa.

A convivência fez até mesmo com que a inspiração para uma música surgisse. Mesmo não sendo tocada ao vivo à época, “Goin’ Blind” serviu de influência para “I Think I’m Going Bald”. A primeira está em “Hotter than Hell” (1974), segundo disco dos mascarados de Nova York. A seguinte faz parte de “Caress of Steel” (1975), terceiro trabalho do Rush.

Durante o documentário Beyond The Lighted Stage, o baixista e vocalista Geddy Lee falou sobre a homenagem aos amigos. A transcrição é do site Far Out Magazine.

“Estávamos excursionando bastante com o Kiss à época e eles tinham essa música ‘I think I’m goin blind’. Ficávamos tirando sarro deles. Ao mesmo tempo, Alex (Lifeson, guitarrista) tinha medo de ficar careca, o que motivou Neil a escrever uma letra sobre envelhecer.”

A morte de Ace Frehley

No fim de setembro, um show de Frehley nos Estados Unidos foi cancelado após ele ter sofrido uma queda em seu estúdio caseiro. Dias depois, já em outubro, um comunicado informou a suspensão de toda a agenda de 2025 devido a “alguns problemas médicos em andamento”.

Nesta quinta-feira (16), foi informado que ele era mantido vivo com aparelhos. À noite, a família enviou esta nota à imprensa (via Variety):

“Estamos completamente devastados e com o coração partido. Em seus últimos momentos, tivemos a sorte de poder cercá-lo de palavras, pensamentos, orações e intenções amorosas, atenciosas e pacíficas enquanto ele deixava esta Terra. Guardamos com carinho todas as suas melhores lembranças, suas risadas e celebramos a força e a bondade que ele dedicou aos outros. A magnitude de sua partida é de proporções épicas e incompreensível. Ao refletir sobre todas as suas incríveis conquistas de vida, a memória de Ace continuará viva para sempre!”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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