Dentro do System of a Down, as composições pareciam seguir uma divisão clara. Há a ideia geral de que o guitarrista e cantor Daron Malakian cuidava predominantemente das partes musicais, enquanto que o vocalista Serj Tankian se dedicava sobretudo às letras — ainda que o baixista Shavo Odadjian também seja creditado em várias das canções.
No fim das contas, porém, Daron acredita que atuava como o grande responsável pela maior parte das criações — algo em torno de 95%, em suas palavras. Durante uma recente entrevista ao podcast Talk is Jericho, transcrita pela Ultimate Guitar, o assunto veio à tona.
Ao mencionar o processo de gravação do mais recente disco “Addicted to the Violence”, lançado por sua banda solo Scars on Broadway em julho, o músico estabeleceu uma comparação com o SOAD e declarou:
“Ao ouvir as canções do Scars, é possível perceber o DNA do System. Eu compus uma grande parte das músicas do System… 90, 95% das canções. Compus a parte vocal e os arranjos de guitarra no System. Mas o Scars acaba indo para um lado mais rock.”

Essa não é a primeira vez que Daron faz tal colocação. Ao disponibilizar o álbum “Dictator” (2018) também por meio do projeto, o artista disse em entrevista à Billboard:
“Eu componho 90% ou mais da música — a parte musical, as canções, as letras, os vocais — do System of a Down. Então, se esse disco soa como o SOAD, não é surpreendente.”
De qualquer maneira, fãs já ficaram incomodados com o posicionamento do guitarrista acerca das composições. Quando o System of a Down liberou as faixas “Protect the Land” e “Genocidal Humanoidz” em novembro de 2020, um internauta criticou Daron por mencionar no lançamento que as canções haviam originalmente sido idealizadas para o Scars on Broadway.
Na seção de comentários do Instagram, Malakian, então, respondeu:
“Não estou tirando o mérito de ninguém. A maioria das bandas tem um compositor principal. No caso do SOAD, essa é a minha função. Todo mundo na banda contribui com seus pontos fortes. O meu é compor e arranjar as músicas. O ponto forte do Serj é a voz dele. O John é um ótimo baterista. Vocês ficam chateados quando o Shavo diz que produz os vídeos? Todos nós aparecemos nos vídeos. Assim como todos nós tocamos nas músicas. Mas só porque eu apareço no vídeo não significa que eu o produzi. Da mesma forma, só porque todos nós tocamos em uma música não significa que os quatro compuseram a música. A reação de alguns de vocês é estranha. Parece que não entendem como uma banda funciona. Uma banda é como um time. Cada um desempenha sua função. É assim que um time vence. Então, eu dizer que desempenhei meu papel e compus as músicas não deveria ser tão ofensivo para vocês.”

Sobre “Addicted to the Violence”
“Addicted to the Violence” chegou a público no último dia 18 de julho. Porém, como havia sido revelado em outubro do ano passado, o disco estava pronto há um bom tempo. Descrito como “uma montanha-russa de agressividade, vulnerabilidade, sátira e soul”, o álbum contém 10 faixas.
É o primeiro trabalho desde “Dictator” (2018). Como de praxe, o próprio Daron ficou a cargo da produção e composição. Além do líder, também integram a formação Orbel Babayan (guitarra) e Roman Lomtadze (bateria).
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