Abertamente homossexual, Rob Halford vive há décadas nos Estados Unidos. Todavia, o artista inglês lamenta que ainda impere um comportamento homofóbico no país escolhido para residir.
Ao participar do podcast Queer the Music (via Blabbermouth), o cantor do Judas Priest criticou a sociedade americana pela postura preconceituosa em relação à comunidade LGBTQIAPN+. Mundialmente, em sua visão, houve progresso nesse debate.
Ele disse:
“Oh, sim [houve progresso], embora dependa de onde você está. Os Estados Unidos ainda são incrivelmente homofóbicos. Vivi aqui por muito tempo e vi muita coisa acontecer desde os anos 1980. Isso realmente me irrita e entristece.”
A situação afeta até mesmo o Priest, de acordo com Rob. Ele explicou:
“Quando subo no palco e canto com o Priest, alguns caras dizem: ‘eu amo o Judas Priest, mas não sou gay’ [risos]. Você sabe: ‘sou um grande fã do Priest, mas não sou um cara gay’. Isso ainda vive em mim hoje, até certo ponto.”
Sobre a entrevista em que revelou ser homossexual, à MTV, em 1998, Halford destacou o resultado positivo provocado pela informação veiculada ao planeta. Ele também celebrou que os membros do Judas Priest o tenham aceitado de volta para a banda em 2003 sem qualquer questionamento. Vale destacar que sua saída, no início dos anos 1990, ocorreu por razões nada relacionadas ao tema.
Rob disse:
“Eu estava fora do Judas Priest na época. O projeto 2WO, o Halford, o projeto Fight… tudo foi quando eu estava fora do Priest. Estive fora do Priest por mais de uma década. Então para mim, voltar a esse mundo do Priest, esse mundo ultramacho, macho alfa do heavy metal, como um homem abertamente gay, e os caras me receberem de volta… Os caras sabiam, todo mundo sabia que eu era gay, mas os caras me receberam de volta e nem mencionaram isso. Foi um puro ato de amor.”
Solidão de Rob Halford
Em 2024, ao Global News, Rob Halford falou da solidão e da homofobia que precisou enfrentar no heavy metal, antes e depois de revelar ser homossexual. O frontman do Judas Priest afirmou (via Blabbermouth):
“Somos uma base ampla. Não estamos apenas na música, mas em todo lugar, em todas as esferas da vida. Quando eu era uma pessoa mais jovem, particularmente, mas durante os primeiros anos do metal, sim, havia muita homofobia, resistência e intolerância. Realmente tive que me esconder, disfarçar minha identidade dentro da banda. O objetivo de sair daquele lugar de ter que me esconder para agora ser capaz de sair e ser quem sou, principalmente na cena metal, porque a comunidade do metal ama e cuida dos seus, essa é a vantagem.”
O vocalista refletiu sobre a solidão durante os primeiros anos de trajetória, quando precisava esconder sua sexualidade para proteger a carreira. Rob afirmou:
“Eu costumava me sentir terrivelmente solitário por ter que viver uma vida dupla. Toda essa questão de ser abraçado, não se sentir sozinho e fazer parte de um grupo de pessoas que estão todas sentindo o mesmo é realmente especial e único no mundo do metal.”
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