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O integrante que quer — e o que não quer — gravar novo álbum do Iron Maiden

Banda não lança material inédito desde “Senjutsu”, disponibilizado em 2021 e, no momento, diverge quanto à possibilidade de criar um álbum sucessor

Quando o Iron Maiden lançou o mais recente álbum, Senjutsu, em setembro de 2021, parte do público ficou com a impressão de que o disco poderia ter sido o último da banda. Perguntado sobre o assunto há poucos meses, Steve Harris limitou-se a afirmar que ele e os colegas não tinham uma definição concreta a respeito do futuro.

Na verdade, há uma pequena discordância dentro do grupo quanto à ideia de voltar ao estúdio. E envolve as duas principais forças criativas, de certo modo.

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Durante entrevista à edição 405, de outubro, da revista Metal Hammer, o assunto veio à tona. Entre os integrantes, sabe-se que Bruce Dickinson demonstrou interesse em gravar um novo material da Donzela de Ferro — motivado pela entrada do baterista Simon Dawson no lugar de Nicko McBrain — e compartilhou essa vontade com o baixista e líder, que, por sua vez, reagiu de forma contrária.

Conforme transcrição do site IgorMiranda.com.br, o próprio vocalista mencionou o ponto de vista e relembrou:

“Eu disse: ‘O baterista está se saindo muito bem, não está? Talvez devêssemos fazer um álbum novo’. Mas ele [Steve] resmungou e disse: ‘Não tenho tempo’.”

Em resposta, Steve, que também lidera o British Lion, justificou que compor é “estressante” e “trabalhoso”. Dessa forma, no momento, prefere não assumir o compromisso: 

“Não sei, essa é a resposta para isso. Compor é estressante. Eu me tranco e me torturo por algumas semanas. Não diria que é traumático, mas dá um trabalho danado.”

Incerteza sobre novo álbum

Ainda em março do ano passado, o baixista já havia expressado a mesma opinião. Conversando com Eddie Trunk, o músico deixou claro que tinha ideias “o tempo todo”, mas que ainda não havia nenhum planejamento concreto acerca de um novo projeto:

“Não temos certeza. Não sabemos, sabe? Ainda não planejamos realmente um novo álbum. Mas ainda temos bastante turnê pela frente, então não sei. Vamos ver. […] Eu fico tendo ideias o tempo todo. Acho que tenho sorte nesse sentido, sabe, tenho tantas ideias que nem sei se conseguiria colocá-las todas em prática na minha vida inteira, o que é um problema bom de ter. Mas, enfim, vamos ver.”

A opinião de Bruce Dickinson sobre Simon Dawson

Desde o início da turnê “Run for Your Lives” em maio último, o Iron Maiden não conta mais com Nicko McBrain na formação. Devido à decisão do baterista de afastar-se das extensas turnês, Simon Dawson, notório pelo British Lion e pelos anos com The Outfield, ocupou a vaga.

Logo nos primeiros ensaios com o novo integrante, Bruce Dickinson ficou impressionado. Relembrando o momento em abril, durante participação no Musicians Institute’s MI Conversation Series, o vocalista descreveu-se como “agradavelmente chocado”. Agora, após a primeira leva de apresentações, explicou quais são as características mais marcantes do músico.

Em participação recente no programa Rock Of Nations (via Blabbermouth), o cantor deixou claro que “não é estranho” dividir o palco com um novo baterista depois de tantas décadas. Isso porque o estilo de Dawson é tão distinto do de seu antecessor que não há como confundir ou esquecer-se de que não é Nicko quem está tocando, como destacou: 

“Não é estranho pelo fato de que, quando ouço o que vem de trás de mim, sei que não é o Nicko. Então não espero ver o Nicko, porque tudo no Simon é diferente. A bateria dele é afinada de outra forma, ele toca as músicas com uma pegada diferente da do Nick. Pelo som, já é óbvio que não é ele.”

Dando prosseguimento ao raciocínio, o vocalista, então, exaltou o “novato” tanto por seguir à risca o andamento das músicas, quanto por ter qualidades próprias e trazer estabilidade para a performance do grupo. Ele afirmou:

“A bateria do Simon é afinada bem mais grave, com um timbre mais encorpado. E ele segue à risca o andamento das músicas, é absolutamente rigoroso em acertar o tempo certo. Nós, como banda, realmente valorizamos isso. Os guitarristas ficam todos sorrindo de orelha a orelha e Steve também. Porque ninguém fica com aquela sensação de: ‘ei, você está acelerando demais’ ou ‘está muito devagar’. É isso que o Simon traz: estabilidade.”

Iron Maiden e “Senjutsu”

“Senjutsu”, décimo setimo álbum da discografia do Iron Maiden, chegou a público por meio da gravadora Parlophone Records – representada pela BMG nas Américas. Novamente produzido por Kevin Shirley, com coprodução do baixista Steve Harris, o material apresenta como título uma expressão em japonês que significa “tática e estratégia”. A capa, desenhada por Mark Wilkinson, reproduz um conceito criado por Harris.

Como o antecessor “The Book of Souls” (2015), o disco é duplo (triplo no vinil), tendo pouco mais de 80 minutos de duração. Ao todo, são 10 faixas, sendo que três delas ultrapassam os 10 minutos de duração. Apenas duas têm menos de cinco minutos. 

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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