Gene Simmons é um grande admirador de Chuck Berry. Com a morte do cantor e guitarrista pioneiro em março de 2017, o baixista e vocalista do Kiss não só homenageou o colega de profissão durante apresentação solo com uma releitura de “Johnny B. Goode”, como também discursou em seu funeral de maneira improvisada.
A cerimônia aconteceu no dia 9 de abril, em Saint Louis, nos Estados Unidos, cidade natal de Berry. Ao relembrar o momento durante entrevista ao Music Radar, o Demon confessou que achou “muito estranho” o fato dos integrantes de duas bandas clássicas sequer terem aparecido na ocasião.
Nas palavras do artista, Berry exerceu um “enorme impacto” nos Beatles e nos Rolling Stones. Sendo assim, não consegue entender por que os músicos não fizeram parte da despedida. Ele declarou:
“Fiz um discurso no funeral de Chuck Berry, mas não foi nada planejado. Eu apenas compareci e a família veio até mim e disse: ‘você gostaria de dizer algumas palavras em nome do Chuck?’. Claro que aceitei, mas ao subir no palco, eu não fazia ideia do que ia falar. Foi um funeral com caixão aberto e Chuck estava ali deitado com sua guitarra. Quando comecei a falar, percebi o enorme impacto que ele exerceu naqueles primeiros pioneiros do rock ’n’ roll. Assim que pronunciei o nome de Chuck, fui tomado pela emoção. Sem Chuck, não teríamos os Beatles ou os Stones — mas nenhum desses caras compareceu ao funeral dele, o que achei muito estranho.”
Simmons também ressaltou que Chuck Berry foi sua “introdução à música”. Logo quando deixou Israel ainda criança para se mudar aos Estados Unidos, teve seu primeiro contato com o trabalho do saudoso artista, como destacado:
“Uma das primeiras músicas que ouvi quando cheguei aos Estados Unidos foi uma canção do Chuck Berry. Era um garoto de oito anos que não falava uma palavra de inglês e que, de repente, começou a ouvir essa música e a instantaneamente se mexer com o seu som. Então, minha primeira introdução à música foi com Chuck Berry.”
Chuck Berry, Beatles e Rolling Stones
Paul McCartney não nega a inspiração em Chuck Berry. Em entrevista de 1992 à Beat Instrumental, o eterno Beatle revelou que usou o riff de baixo de “I’m Talking About You”, de Chuck Berry, em “I Saw Her Standing There”.
Com a morte do cantor, Macca prestou um tributo. Nas redes sociais e em seu site, escreveu à época:
“Infelizmente, Chuck Berry faleceu neste fim de semana. Ele foi um dos maiores poetas do rock ’n’ roll. Sentiremos sua falta, mas ele será lembrado por todos que já amaram o rock ’n’ roll. Desde o primeiro minuto em que ouvimos a incrível introdução de guitarra de ‘Sweet Little Sixteen’, nos tornamos fãs do grande Chuck Berry. Suas histórias eram mais como poemas do que letras — como ‘Johnny B. Goode’ ou ‘Maybellene’. Para nós, ele era um mágico, fazendo música que ao mesmo tempo parecia exótica e natural. Aprendemos tantas coisas com ele, que nos levaram a um mundo dos sonhos da música rock ’n’ roll. Chuck foi e será para sempre uma das maiores lendas do rock ’n’ roll em todo o mundo. Tive o privilégio de conhecê-lo em sua cidade natal, St. Louis, quando toquei lá em turnê, e essa é uma lembrança que vou guardar para sempre. Não é realmente possível resumir o que ele significou para todos nós, jovens de Liverpool, mas posso tentar. Te amamos, Chuck.”
Já o baterista Ringo Starr publicou um trecho das canções “Rock and Roll Music” e “I’m Talking About You”, regravadas pelo Fab Four, e acrescentou:
“Só me deixe ouvir um pouco daquela música rock ’n’ roll, de qualquer jeito que você tocar. Eu estou tocando, estou falando com você. Deus abençoe, Chuck Berry.”
Por sua vez, além de pronunciamentos individuais, os Rolling Stones também emitiram uma nota conjunta lamentando o falecimento. O texto dizia:
“Os Rolling Stones estão profundamente tristes ao saber do falecimento de Chuck Berry. Ele foi um verdadeiro pioneiro do rock ’n’ roll e uma enorme influência para nós. Chuck não era apenas um guitarrista, cantor e performer brilhante, mas, acima de tudo, um mestre na arte de compor músicas. Suas canções viverão para sempre.”
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