O aspecto financeiro é sempre um tema complicado quando envolve projetos com muitas pessoas. Costuma ser a ruína de várias bandas por aí. Este, contudo, não deve ser o caso do Epica: segundo o guitarrista e vocalista Mark Jansen, o dinheiro oriundo das músicas é dividido igualmente entre os integrantes, independentemente da contribuição ao trabalho.
O artista revelou essa informação durante conversa com o Café Rock (via Blabbermouth). Inicialmente, Jansen comentou sobre a capa do álbum mais recente, “Aspiral”, lançado no último mês de abril. A arte não apresenta o título do disco, nem o nome da banda: apenas uma ilustração, que simboliza, em suas palavras, a ausência de ego.
Ele afirma:
“Há algumas razões (para não ter o nome na capa) e uma delas são as letras das músicas; elas lidam com destruição do ego. E de certa forma, já trabalhamos assim enquanto banda, quando trabalhamos na música. Não há ego de forma alguma: só deixamos a música falar e fazer seu trabalho. Não importa quem surgiu com qual ideia. É uma ideia do Epica, não individual. Dessa forma, todo o ego já se foi. E também a forma como dividimos os direitos, são divisões iguais entre os membros da banda. Não tem um cara ganhando muito porque ele compôs muitas músicas e alguém ganhando nada. Todo mundo ganha o mesmo.”
Ainda sobre a capa, Jansen contou que o grupo precisou pensar em uma solução intermediária, já que as gravadoras geralmente não aprovam a ideia não ter um nome para ajudar a vender. Segundo o guitarrista:
“Isso se encaixa bem na história de deixar o ego de fora, deixar a ilustração falar por si. Para ter uma solução de meio termo, ainda colocamos um plástico com um adesivo, assim as pessoas nas lojas ainda veem qual banda é. As gravadoras ainda querem vender, é claro. Então tivemos que ter uma solução de meio termo. Mas quando as pessoas estão em casa, eles têm o álbum e só a capa. E sim, funciona bem dessa forma.”
Epica e “Aspiral”
“Aspiral”, nono disco de estúdio do Epica, foi lançado em abril de 2025. Ele concluiu a trilogia intitulada “A New Age Dawns”, que começou em “Consign to Oblivion” (2005) e seguiu em “Design Your Universe” (2009). O álbum é o sucessor de “Omega” (2021).
Segundo Mark Jansen, pela primeira vez a banda trabalhou nas composições de forma mais coletiva, ao contrário de surgirem com ideias mais individuais. O músico explica que isso alterou o resultado final, que traz uma vibe mais próxima do ao vivo, além de estreitar os laços entre os membros do grupo:
“Sim, definitivamente, porque costumávamos trabalhar mais por conta própria, criando canções em nossos home studios, e agora, em um estágio muito mais inicial, nos sentamos juntos, trabalhamos nas faixas um do outro e assim você tem uma união maior, torna tudo mais pessoal. E também a forma como gravamos no estúdio, então nós já tivemos essas reuniões de composição onde estávamos trabalhando juntos, mas também no estúdio, nós gravamos a bateria, o baixo e a guitarra em uma configuração ao vivo. […] E dessa forma você tem essa vibe mais ao vivo. Isso também é muito legal. Torna a banda mais unida e também, porque já nos conhecemos muito bem, mas faz com que comecemos a nos conhecer ainda mais.”
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