Uma apresentação do Ghost foi alvo de protestos de fundamentalistas religiosos, em Kansas City, no estado americano do Missouri, na última terça-feira (5). É a segunda vez que isso acontece na turnê “Skeletour” em 2025. A primeira situação se deu em Atlanta, na Geórgia, em show ocorrido no dia 11 de julho.
Segundo a página de fãs Ghost Brazil (via Tô na Grade), em ambas as datas, os responsáveis foram os fiéis da Igreja Batista de Westboro, notória por ações do tipo em eventos de rock e metal ao longo dos anos. A manifestação estava programada dias antes da apresentação da banda de Tobias Forge — mais especificamente desde 25 de julho, como pode ser conferido no site da instituição, GodHatesFags.com (algo como “Deus odeia b#ch@s”, em tradução livre).
Em sua página, a instituição afirma que o Ghost “zomba de Deus e da Bíblia”, “admitem perversão satânica” e declaram que “vão para o inferno de toda maneira”. Uma declaração onde um Nameless Ghoul — provavelmente Forge — diz que “o primeiro álbum (‘Opus Eponymous’) é sobre a chegada iminente do Diabo” também é destacada.
Por meio dos stories do Instagram, Ryan Chang, fotógrafo do Ghost, chegou a publicar uma parte do protesto, que trazia pessoas carregando cartazes com dizeres que iam desde “pregar o evangelho é amor” e “arrependa-se de seus pecados” até “livre vontade é uma mentira satânica” e “Deus odeia vocês”.
Confira:
Em Atlanta, a situação foi parecida. Segundo relatos de fãs publicados nas redes sociais, um dos envolvidos segurava um cartaz com os dizeres “arrependam-se dos seus pecados e creiam no evangelho de Jesus Cristo”. Além disso, um participante “distribuiu folhetos dizendo ‘você vai para o inferno’” e estava “gritando na cara das pessoas”.
Em 2018, antes do Ghost tocar em Midland, no Texas, religiosos reuniram-se para uma oração coletiva diante da casa de eventos, sob a justificativa de que “esse tipo de banda traria influências espirituais para a região”.
Ghost, satanismo e Skeletá
Vale lembrar que o próprio Tobias Forge já desmistificou o fato de que o Ghost retrata o satanismo em suas letras. À Star FM em 2018, o cantor explicou:
“Um dos maiores equívocos do Ghost é que a banda fala apenas sobre o diabo. Sempre foi sobre a humanidade e a vida. Embora ‘Prequelle’ (2018) seja um registro sobre a morte, essencialmente, também é um álbum sobre a sobrevivência e acho que isso passou por todos os discos. Mesmo no ‘Opus Eponymous’ (2010), havia um duplo significado para as coisas que não necessariamente têm a ver com os sermões malignos sobre invocar o diabo. Isso é um simbolismo para pintar uma imagem um pouco mais interessante.”
O Ghost lançou recentemente o seu sexto álbum de estúdio. Com 10 faixas, “Skeletá” chegou a público no último dia 25 de abril por meio da Loma Vista Recordings e é possivelmente o disco menos “satânico” do grupo, liricamente. Uma resenha escrita por Igor Miranda pode ser lida na Rolling Stone Brasil.
Divulgando o material, que marca a estreia do Papa V Perpetua, a banda iniciou a “Skeletour” no último dia 15 de abril. Até o momento, a série de apresentações tem datas marcadas na Europa e na América do Norte entre abril e setembro. Para a Rolling Stone Brasil, Tobias Forge adiantou que o Ghost deve colocar a América do Sul em sua agenda do ano que vem.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.
