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Casal que deixou Cradle of Filth revela razão, expõe contrato e critica Dani e empresários

Músicos citam problemas financeiros, ambiente tóxico e perda de gravidez de Zoë Marie Federoff entre os motivos da saída

Como noticiado, a tecladista Zoë Marie Federoff deixou o Cradle of Filth no meio da turnê da banda pela América Latina. A artista já havia indicado que seu marido e guitarrista do grupo, Marek “Ashok” Smerda, deixaria a banda do vocalista Dani Filth, o que foi confirmado pelo músico, e o casal revelou mais detalhes sobre sua saída.

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Em nova postagem em seu perfil do Instagram, Federoff publicou um longo texto, que começa acusando o management do Cradle of Filth de tentar roubar dinheiro dos músicos contratados. Tudo isso, segundo ela, sem que o frontman Dani Filth tome providências a respeito. Zoë diz:

“Uma declaração adicional sobre a minha saída e de Ashok do Cradle of Filth e um aviso aos nossos sucessores – LEIAM O CONTRATO.

Nós planejamos essa transição para fora do Cradle of Filth meses atrás. O management é desonesto, manipulador e tenta pegar dinheiro que pertence a nós sem nenhum contrato entre nós, músicos contratados, e eles. Quando eu os chamei para falar dessa tentativa de roubo do dinheiro adiantado do (álbum) ‘The Screaming of the Valkyries’ (2025), eles me chamaram de ‘câncer’ e ‘peso morto’, e ameaçaram me demitir. O frontman não faz nada para pará-los e se esconde atrás deles enquanto eles menosprezam e roubam. Nós consideramos o frontman responsável por contratar esses empresários e nunca advogar por sua equipe, apenas por si próprio. Outros ex-membros tentam ser cuidadosos sobre isso e só culpam os empresários – os empresários trabalham para o frontman.”

Federoff então passa a criticar Dani Filth, que pagaria, segundo ela, salários baixos para os músicos contratados, além de impedi-los de trabalhar com outros artistas além do Cradle of Filth. A tecladista continua:

“Ele (Filth) pode não sujar as mãos, mas no final, ele os dirige. A atmosfera que ele cria é ameaçadora e abusiva, e constantemente nos explora por salários muito baixos e ainda demanda exclusividade para a agenda do Cradle.

Nós não estamos conseguindo cobrir nem o custo de vida, e ainda assim falam para não fazermos turnês com outras bandas para completar renda. É loucura manter as pessoas trancadas na pobreza pelo ego de uma pessoa.

Nós anexamos (no post) o contrato no qual eles tentaram prender todos os membros contratados por um aumento de 25% (o primeiro aumento em 7 anos). Nosso advogado chamou de o contrato mais psicopata que poderia ser oferecido a um músico de sessão. Nós não assinamos e tomamos a decisão de sair neste ano ao invés disso.”

A declaração é concluída de forma ainda mais dura, com Federoff afirmando que o ambiente tóxico e os problemas financeiros fizeram com que ela perdesse uma gravidez no meio da turnê. A tecladista ainda alerta seus possíveis substitutos dos problemas da banda:

“Então, nós saímos porque estávamos sendo usados e recebendo menos do que o custo de vida, o ambiente é tóxico e ameaçador, e o preço que isso estava tendo em nossas vidas e em nosso casamento ficou grande demais. O impacto em nossa saúde me levou a ter um aborto de nossa primeira gravidez em turnê. Escolhemos sair para nos salvar e criar um futuro melhor para nossa família. Agora que estamos fora, o sol está brilhando, nossa família tem esperança, e esperamos que todos os músicos de sessão que pensarem em se juntar ao Cradle leiam esse contrato e falem com um advogado.

Boa sorte a quem quer que tente fazer isso funcionar depois. E lembre-se, todos nós conhecemos o cara que diz que ‘todas’ as suas ex são loucas – tem certeza que TODAS elas são? Ou o problema pode ser você, mais de 40 pessoas depois?

Adeus aos fãs e nossos colegas músicos contratados e à equipe. Eles são as únicas partes disso que permanecem como boas memórias.”

O contrato anexado na sequência por Zoë Marie Federoff traz valores na casa das 200 libras esterlinas por dia de trabalho com a banda – seja em estúdio, apresentações, ensaios e qualquer outra atividade com o Cradle of Filth. Os músicos receberiam também 150 libras por dia de viagem e uma “diária fixa” de 25 libras, além de um pagamento anual de mil libras por direitos de imagem.

Guitarrista deixará a banda no fim da turnê

Como já havia sido adiantado por Federoff, seu marido, o guitarrista Marek “Ashok” Smerda também deixará a banda no fim da turnê atual. O músico, que integra o Cradle of Filth desde 2014 (Zöe entrou em 2022), publicou em seu perfil no Instagram um comunicado de teor um pouco mais leve do que o texto postado pela esposa pouco tempo depois. Ashok diz:

“Queridos fãs e amigos, peço a vocês que, por favor, respeitem minha esposa e eu nesse período de transição. Estou, de fato, deixando o Cradle of Filth no final da turnê atual, e as razões por trás disso são conclusões às quais minha esposa e eu chegamos juntos muito antes desta semana. Nós simplesmente não sentimos que o Cradle pode garantir nosso futuro e, na verdade, o atrapalha. Entre outras razões, é muito trabalho por um pagamento relativamente baixo, o stress é muito alto e não temos sentido há algum tempo que essa banda realmente prioriza/se importa com os membros. Têm sido anos de comportamento não profissional de pessoas acima de nós que levaram à nossa decisão.”

Ashok declara ainda que retirou suas composições do próximo álbum do Cradle of Filth, o que inclui a aguardada colaboração com Ed Sheeran – canção que desagrada o guitarrista. O músico continua:

“Eu também pedi para que todas as minhas composições sejam removidas dos futuros lançamentos, incluindo a colaboração com Ed Sheeran. Essa música parece uma palhaçada idiota para mim a esta altura, de qualquer forma – primeiro era um single para caridade para crianças, depois um single para lucrar, então sairia no próximo álbum, e agora quem sabe, e eu apenas não quero mais estar envolvido, sem desrespeito a Ed Sheeran.”

O comunicado de Ashok termina pedindo novamente para que a privacidade dele e da esposa seja respeitada, e que Federoff, principalmente, não sofra ofensas. O guitarrista, ao mesmo tempo, celebra seus últimos shows com o Cradle of Filth e comemora a oportunidade dada a Kelsey Peters, substituta de Zoë Marie para o resto da turnê:

“E vou terminar essa turnê forte! Para os fãs, para os meus amigos nessa banda e a equipe! É minha última viagem com o Cradle e tenho orgulho em dar o meu melhor. Estou triste por não dividir o palco com minha esposa nessas últimas vezes, mas respeito o porquê de sua saída e estou feliz que nossa amiga Kelsey Peters tenha recebido a oportunidade de brilhar.”

Os problemas após o show no Brasil

Zoë Marie Federoff anunciou sua saída do Cradle of Filth no último domingo (24), logo após uma sequência de três shows no Brasil, e em dia de apresentação em Buenos Aires, Argentina. A tecladista não deu maiores explicações inicialmente, o que levou a rumores de que seu marido, Marek “Ashok” Smerda, fosse um dos motivos para a decisão. A artista voltou às redes então, para “inocentar” o guitarrista e desejar sorte a sua substituta, que assumiu no mesmo dia de seu anúncio:

“Esclarecendo alguns pontos, já que tantas pessoas decidiram especular [minha saída] da pior maneira possível. Ashok não está me traindo. Embora a turbulência de estar na banda tenha nos afetado, continuamos absolutamente certos de que nos amamos. Por favor, sejam gentis com meu marido. Ele é um bom homem. Já estávamos planejando deixar a banda ainda este ano. Certos acontecimentos apenas aceleraram isso para mim. [… ] Por favor, aproveitem os shows restantes desta turnê e deem muito amor a Kelsey, que é uma das maiores cantoras que já tive o privilégio de ouvir. Vocês vão amá-la.”

Zoë e Marek se casaram em janeiro deste ano, em Tucson, Arizona, nos Estados Unidos. Após o noivado tornar-se público no início de 2024, a tecladista rebateu os rumores e explicou que o relacionamento com o colega começou apenas depois que entrou para o Cradle of Filth. Ou seja, a sua contratação em 2022 não teve a ver com o marido, membro desde 2014.

Dani Filth segue em frente

Por enquanto, o Cradle of Filth não se manifestou a respeito das declarações de Zoë Marie Federoff e Marek “Ashok” Smerda. A única nota divulgada, assinada por Dani Filth, fala da continuidade da turnê pela América Latina e da entrada de Kelsey Peters como tecladista e vocalista de apoio. O vocalista disse:

“Olá, Filthlings. Uma reviravolta inesperada aconteceu durante a turnê do Cradle of Filth na América do Sul. Nossa tecladista e backing vocal, Zoë Smerda, decidiu deixar a banda no meio da turnê de forma imediata. Nós, é claro, desejamos a ela tudo de melhor para o futuro e seguiremos em frente, como sempre, agora com a substituta nos vocais, Kelsey Peters, uma das talentosas integrantes da nossa equipe. Na vida, nem sempre é possível prever o que o futuro nos reserva, mas permaneceremos sempre profissionais e continuaremos com os shows da turnê ‘The Screaming Of The Americas’ para nossos fãs, sem deixar que nada disso atrapalhe nossa trajetória. Portanto, irmãos e irmãs da América do Sul e Central, nos vemos na próxima sequência de shows implacáveis. As apresentações no Brasil já têm sido incríveis e estamos profundamente agradecidos pela presença massiva e apaixonada de vocês, meus amigos e criaturas sombrias.”

O Cradle of Filth permanece na América Latina até o final de setembro e ainda passará pelo Uruguai, Chile, Peru, Colômbia, Panamá, Costa Rica, El Salvador, Guatemala e México, onde tem 13 shows marcados. Em novembro, a banda embarca para a Europa, onde fica até o início do mês seguinte.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

3 COMENTÁRIOS

  1. Parabéns ao repórter por não fazer conversão dos valores citados para reais. Realmente não importa qual seria o valor em real como 100% de outros portais fazem. O contrato é em libras, foi celebrado na Inglaterra e será gasto em libras. Ótima matéria.
    Abraços.

    • Não basta apenas converter! O ideal é comparar o total da conversão com a média salarial da Inglaterra…Se a pessoa fizer isso, sem entrar no mérito do ambiente tóxico citado na matéria, verá que o salário pago pelo Cradle não é nenhuma fortuna e também não é baixo, pois se encontra acima da média salarial do país.

      Alguém pode até argumentar que um músico deveria ganhar mais, mas aí já se entra em outra questão…

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