Bruce Dickinson está dedicado à sua carreira solo. Após o lançamento de “The Mandrake Project” (2024), seu primeiro álbum em quase duas décadas, o vocalista do Iron Maiden continua divulgando o projeto na estrada e já trabalha no material sucessor.
Com tal ciclo, ficou claro para o cantor que há uma grande diferença entre a sonoridade dos discos próprios quando comparados aos da Donzela de Ferro. Perguntado a respeito das músicas solo serem mais “pesadas”, o artista não só concordou, como trouxe uma provável justificativa durante entrevista à rádio 94.9 & 104.5 The Pick.
Segundo Dickinson, a música do grupo é altamente influenciada pelos gostos do baixista Steve Harris. Assim, o Maiden acaba pendendo para um lado mais progressivo, enquanto ele, apesar de também seguir a mesma direção, gosta de elementos mais pesados e da ideia de não ter restrições.
Conforme transcrição do Blabbermouth, Dickinson explicou:
“Em termos de estilo, o Maiden obviamente tem muita influência do Steve em tudo. E embora às vezes soe pesado, às vezes também é progressivo. Já eu às vezes sigo pela rota do prog, mas eu adoro um peso brutal, com afinações mais baixas. O Maiden não tira muito proveito dessa parte mais pesada, porque acho que talvez não encaixe necessariamente no que o Steve gosta sonoramente. Mas eu não tenho essa restrição. É como ter um pintor com uma paleta ilimitada. Claro que você corre o risco de acabar se dispersando um pouco, mas é um risco que vale a pena correr, porque afinal de contas, você deveria ser um artista.”
Roy Z, seu colaborador de longa data com quem rompeu recentemente, já mencionou como o vocalista não queria trazer a mesma identidade do Maiden para a carreira solo. À Metal Hammer, contou em 2024:
“Quando começamos, ele não queria que nada soasse como Iron Maiden. Mas nós gostamos de muitas das mesmas bandas. Eu sou muito ligado no Black Sabbath antigo, no Deep Purple antigo, no Rainbow, e o Bruce também. Então temos uma ótima base de influências.”
Ao g1, especificamente com o “The Mandrake Project”, Dickinson destacou que não tentou encaixar-se no mainstream ou no método de criação tradicionais das bandas de rock. Até por isso, trouxe faixas mais longas, diferentes entre si, e uma narrativa para o disco em questão:
“Sim [é um álbum sombrio]. Porque se tudo é feliz, onde está o drama? Eu não tento me encaixar em nada mainstream. Não há razão para eu querer ser um artista de mainstream. Não é o que faço e não é o que eu acho que o público que gosta do meu trabalho ia gostar que eu fizesse. Mas fazer um álbum como esse não é muito comum, e eu acho que a razão para isso é que as pessoas estão realmente interessadas. Porque é diferente do jeito que as bandas, mesmo as de rock, fazem. Elas tendem a escrever um monte de músicas, muitas vezes umas parecidas com as outras, e eu acho que este é um formato que a gente precisa fazer. Mas neste álbum, é um monte de música que soam diferentes umas das outras, isso é muito o jeito de fazer dos anos de 1970.”
Bruce Dickinson no Brasil
Acompanhado de Mistheria (teclados), Dave Moreno (bateria), Tanya O’Callaghan (baixo), Philip Näslund (guitarra) e Chris Declercq (guitarra), Bruce Dickinson retorna ao Brasil em 7 de setembro para show único no The Town, em São Paulo. Na ocasião, divide a programação com Green Day, Iggy Pop, Sex Pistols com Frank Carter, entre outros.
Para a performance no Autódromo de Interlagos, já adiantou a faixa do Iron Maiden que irá tocar: “Revelations”. Em suas palavras, a ideia é homenagear os 40 anos do show do grupo no primeiro Rock in Rio, em que a canção foi executada.
“Vou tocar essa música no Brasil. E pensei ‘caramba, se vou ensaiar ‘Revelations’ para o Brasil, ah, droga, eu posso tocá-la também nos Estados Unidos’. Então acho que vai ser legal. Não vamos tocá-la na próxima turnê, nessa próxima turnê do Maiden. E eu acho que é minha música, se eu quiser mexer em algumas coisas aqui e ali, e fazer algumas alterações que eu ache que vão torna-la melhor, então, sim, é minha música. Eu faço o que quiser.”
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