Em agosto de 2021, uma mulher acusou formalmente Bob Dylan de abuso sexual. À época, a suposta vítima, cuja identidade não foi revelada, alegou ter sido dopada e violentada pelo músico entre abril e maio de 1965, quando tinha 12 anos de idade, no Chelsea Hotel, em Nova York, onde ele morava.
Historiadores da obra do cantor comprovaram que ele não estava na cidade no período mencionado. Posteriormente, em julho de 2022, a envolvida foi apontada por apagar mensagens de texto importantes, recusando-se a cooperar com a investigação. Poucos dias mais tarde, a mulher desistiu do processo, sem explicações.
Mesmo com o caso arquivado, a defesa de Dylan continuou buscando punições sob o argumento de que os dois advogados da suposta vítima “não deveriam ter permissão para simplesmente abandonar o caso depois de fazer acusações tão sérias e de se recusarem a levá-las adiante”. Agora, meses mais tarde, o tribunal aplicou multas aos profissionais em questão.
Segundo a Billboard, os homens responsáveis por defendê-la, Daniel W. Isaacs e Peter J. Gleason, terão que pagar valores de US$ 3 mil e US$ 5 mil (cerca de R$ 16 mil e R$ 27 mil na cotação atual), por, sobretudo, a acusadora ter deixado de entregar e-mails cruciais e não especificados após intimações. Ao considerar tal situação como “particularmente reveladora”, a Justiça concluiu:
“Se os advogados de Dylan não tivessem pedido informações a terceiros, é bem provável que mensagens importantes que a acusadora tinha nunca tivessem aparecido. E tudo isso aconteceu mesmo com os vários avisos claros do juiz. […] O processo está cheio de casos em que Isaacs e Gleason não cumpriram suas obrigações de apresentar provas, conforme a lei e as ordens do tribunal.”
Declarações
Ainda assim, os advogados de Dylan não ficaram satisfeitos com a resolução. Nos documentos, descreveram os valores mencionados como “simbólicos” e apenas “uma fração” do que o cantor gastou para conseguir vencer o caso.
Por sua vez, em declaração à Billboard, Gleason disse estar “profundamente desapontado” com a decisão, mas que “a questão ainda não acabou”. Também afirmou que sua cliente havia feito “alegações que acreditávamos serem cabíveis” contra Dylan e que o escritório de advocacia do músico já o havia representado pessoalmente — o que, portanto, mostrava “um conflito de interesses”.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.
