Depois da morte de Ozzy Osbourne, artistas, amigos e familiares passaram a relembrar os momentos finais vividos ao lado do Príncipe das Trevas. Nomes como Jake E. Lee, seu guitarrista entre 1982 e 1987, e Jean Powell, sua irmã, revelaram ao público qual foi a última mensagem que receberam do vocalista. Zakk Wylde recentemente também fez o mesmo.
Durante entrevista à Guitar World, o guitarrista, que estabeleceu uma parceria de sucesso e duradoura com o Madman a partir de 1987, contou que o último contato com o amigo e patrão aconteceu nos bastidores do festival de despedida do Black Sabbath e de Ozzy, o Back to the Beginning — realizado no dia 5 de julho, em Birmingham, na Inglaterra.
Como muitas pessoas estavam no backstage, os dois não conseguiram conversar direito, mas Osbourne logo mandou uma mensagem ao músico em agradecimento. Nas palavras de Wylde:
“Todo mundo, até a mãe de todo mundo, estava no camarim nos bastidores, e eu só queria dar um tempo pra ele. Achei que veríamos ele mais tarde ou no dia seguinte. Mas não. A última mensagem que recebi do Oz dizia: ‘Zakky, desculpa, as coisas estavam uma loucura. Não te vi. Obrigado por tudo’. Conversamos e dissemos coisas como: ‘Te amo, irmão’. E foi isso.”
Dentre as cinco músicas que tocou com Ozzy na ocasião, “Mama, I’m Coming Home” foi a mais marcante para Zakk, como destacado no bate-papo. Não só por ter sido a penúltima do set, mas porque ficou preocupado em não conseguir dar o apoio vocal necessário ao cantor:
“Em ‘Mama, I’m Coming Home’, que eu pego o violão, disse para mim mesmo: ‘mantenha o violão longe do microfone para que possa cantar direito’, porque a voz do Oz estava com dificuldade para alcançar algumas notas. Eu pensava: ‘preciso garantir que minha voz esteja sempre ali para poder dobrar a voz dele.’ Eu estava a um metro do microfone quando comecei a tocar a música. Pensei: ‘preciso chegar perto do microfone’, então quase parei de tocar, levantei o violão e coloquei por cima do microfone. Foi como fazer malabarismo com bolas ou motosserras em cima de um skate! Na verdade, foi até engraçado, mas nada fora do normal. Era pra ser o show mais importante de todos, mas tudo foi no improviso!”
Ozzy Osbourne e Zakk Wylde
Ao conversar com o Loudwire em 2017, Ozzy Osbourne mencionou a história de como conheceu Zakk Wylde e deixou claro que, apesar das idas e vindas do guitarrista em sua banda, o músico era como um “membro da família”:
“Quando o Jake E. Lee e eu nos separamos, comecei uma busca por outro guitarrista e devo ter recebido uns 10 mil currículos e fitas. Acredite se quiser, o único que peguei pra olhar foi o do Zakk Wylde. Quando vi a foto, pensei: ‘ah, mais um clone do Randy Rhoads’, mas quando o conheci, a gente se deu super bem. E ele não é apenas um integrante da banda, ele é como um membro da família. Somos como uma família, sabe?”
A proximidade continuou nos anos seguintes. Numa sessão de perguntas e respostas divulgada no fim de 2019, antes de colaborarem no disco “Patient Number 9” (2022), o Madman elogiou as habilidades de Zakk e ainda o descreveu como um dos “melhores amigos que já tive”:
“O Zakk é de outro mundo, cara. Ele fica cada vez mais rápido. O Zakk está comigo há mais tempo do que qualquer outro guitarrista. Ele é o que está comigo há mais tempo e é um dos maiores amigos que já tive. Ele é como um membro da minha família. Se algum dia eu realmente precisar dele pra qualquer coisa, é só ligar e ele vai dizer: ‘chego aí em cinco minutos’. E o contrário também vale. O Zakk é um cara trabalhador. Ele rala pra caramba.”
Sobre Zakk Wylde
Nascido em Bayonne, Nova Jersey, Jeffrey Phillip Wielandt se destacou na virada dos anos 1980 para os 90, quando assumiu a guitarra na banda de Ozzy Osbourne. Entre idas e vindas, acompanhou o cantor até o final de sua carreira.
Em 1994, fundou o Pride & Glory, projeto voltado ao hard/southern rock que lançou um álbum. Gravou dois discos solo em 1996 e 2016, “Book Of Shadows I e II”. A sonoridade é prioritariamente de arranjos acústicos e intimistas.
Desde a virada do século, lidera o Black Label Society, banda que já lançou onze álbuns de estúdio. Também comanda o Zakk Sabbath, tributo ao Black Sabbath. Recentemente, assumiu o posto de Dimebag Darrell no tributo oficial ao Pantera.
Ainda gravou com Britny Fox, Blackfoot, Damageplan, Dope, Fozzy e Black Veil Brides, entre outros. Foi testado brevemente pelo Guns N’ Roses na segunda metade dos anos 1990. Também realizou uma série de aparições em filmes e séries televisivas, incluindo ter integrado o Steel Dragon, banda fictícia de “Rockstar” (2001).
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