Uma das apresentações mais emblemáticas do Queen aconteceu no Live Aid, festival beneficente realizado em julho de 1985. Brian May até confessou que a banda não tinha noção do impacto que causou com o pequeno show à época, mas, hoje, reconhece que a performance “continua viva” na memória coletiva. Curiosamente, por pouco, o grupo quase não tocou no evento.
Quem resolveu escalar o Queen entre as atrações foi o promotor Harvey Goldsmith. Conversando com a revista Mojo, o profissional revelou que, num primeiro momento, a banda parecia relutante em aceitar a proposta, sobretudo porque tinha recém-terminado uma longa turnê – no caso, a “The Works Tour”.
Como compartilhado pela Ultimate Guitar, ele contou:
“Quando foram convidados, a princípio o Queen ficou um pouco relutante. Eles tinham acabado de terminar uma longa turnê, estavam todos exaustos e queriam uma pausa. E o evento já estava muito próximo. Freddie quis dar uma pausa. Acho que ele queria ver qual seria a reação ao anúncio do Live Aid.”
No entanto, ao perceber a repercussão do anúncio do Live Aid, Freddie Mercury repensou a ideia e conversou com os colegas. A possibilidade de cantar “para um bilhão de pessoas ao vivo de uma vez só” pesou para o saudoso vocalista e, por consequência, influenciou a decisão final de participar do festival:
“Quando ele percebeu a reação da imprensa, da mídia e a demanda por ingressos, conversou com a banda e com o empresário deles, Jim Beach, e o Queen decidiu aceitar. Claro que eles queriam encerrar o show e eu disse: ‘não, quero que vocês toquem nesse horário.’ Acho que o que realmente convenceu Freddie foi a ideia de poder se apresentar ao vivo para um bilhão de pessoas de uma só vez. Ninguém nunca tinha feito isso antes.”
O que diz Brian May
May já confirmou o desinteresse inicial da banda em performar no Live Aid – até mesmo pelo esquema de organização, que, na opinião do guitarrista, “parecia uma ideia maluca”. Diferentemente, porém, o músico acredita que ele próprio ajudou Freddie a reconsiderar a oportunidade, como explicou para a revista Radio Times:
“A gente não estava em turnê nem tocando e essa história de ter 50 bandas no mesmo evento parecia uma ideia maluca. Achamos que ia ser um desastre. O Freddie, em especial, disse: ‘não está me soando bem.’ Ele não era o líder da banda, mas quando ele batia o pé, não tinha quem o fizesse mudar de ideia, então deixamos de lado. [Depois que milhares de ingressos começaram a ser vendidos] eu disse para o Freddie: ‘se a gente acordar no dia seguinte ao Live Aid e não tiver participado, vamos ficar bem arrependidos.’ E ele falou: ‘ah, quer saber? Que se dane, vamos participar’.”
Queen no Live Aid
O show do Queen no Live Aid aconteceu no estádio de Wembley, em Londres, durante o evento beneficente que ocorreu simultaneamente em vários países, no dia 13 de julho de 1985. Com eventos em Londres, Filadélfia, Tóquio, Sydney e Moscou, o Live Aid arrecadou mais de 150 milhões de libras (aproximadamente 283,6 milhões de dólares).
Com um set curto e matador, o vocalista Freddie Mercury, o guitarrista Brian May, o baterista Roger Taylor e o baixista John Deacon realizaram aquela que já era considerada por muitos fãs a melhor apresentação da história do Queen e uma das melhores do rock.
A apresentação foi foco central da parte final do filme “Bohemian Rhapsody“ (2018), onde a história do grupo foi dramatizada. Os atores reproduziram nos mínimos detalhes o que havia sido feito no palco.
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