Um dos maiores desejos de Ozzy Osbourne era cantar para os fãs uma última vez. Pouco antes da despedida do Black Sabbath dos palcos, realizada no dia 5 de julho, no Villa Park, em Birmingham, na Inglaterra, o vocalista destacou em seu programa Ozzy Speaks que faria “esse maldito show nem que seja a última coisa que eu faça”.
Os ensaios para a apresentação começaram em junho. Porém, por mais que o Madman estivesse determinado a entregar o seu melhor, já era notável a fragilidade de sua saúde durante a preparação, de acordo com Tony Iommi.
Conversando com a ITVNews a respeito da morte do Príncipe das Trevas ocorrida na última terça-feira (22), o guitarrista afirmou que o cantor “não estava bem” enquanto ensaiavam para a performance. Conforme transcrição da Classic Rock, o músico disse:
“Foi um choque para nós [descobrir que o Ozzy havia morrido]. Quando soube, não consegui assimilar. Ele tinha me mandado uma mensagem de texto no dia anterior. Parecia irreal, surreal. E realmente não caiu a ficha […]. Mas, como já disse antes, ele não parecia bem durante os ensaios. E acho que ele realmente se manteve firme só para fazer aquele show. Eu e o Geezer [Butler] falamos sobre isso ontem à noite, que ele resistiu só para fazer o último show.”
Justamente por isso, Iommi, o baixista Geezer Butler e o baterista Bill Ward tentaram poupá-lo ao máximo. Para o guitarrista, era claro que “seria demais” caso Ozzy participasse de todos os ensaios, o que levou os colegas a diminuírem o ritmo com o vocalista:
“Não queríamos que ele estivesse todos os dias nos ensaios, porque seria demais. Ele simplesmente não aguentaria. Então o traziam e ele se sentava, cantava algumas músicas, depois a gente falava sobre os velhos tempos, relembrava algumas histórias, dava umas risadas, e então ele ia embora.”
Pressentimento?
De qualquer forma, o Madman fez o que pôde para a apresentação. Iommi não sabe ao certo se o amigo já pressentia o que estava por vir, mas garante o seu comprometimento nos bastidores:
“Ele vinha meio que treinando e tentando fazer o que podia para conseguir fazer esse show, para conseguir se apresentar. E era isso que ele realmente queria. Acho que ele devia ter algo na cabeça que dizia: ‘isso vai ser a última coisa que vou fazer na vida’. Se ele achava que ia morrer ou algo assim, eu não sei. Mas ele realmente queria fazer aquilo e estava determinado a conseguir. E, justiça seja feita, ele conseguiu.”
Anteriormente, o guitarrista já havia destacado a condição de Ozzy nos ensaios. Ao programa Trunk Nation with Eddie Trunk, o músico contou que o grupo planejava executar, originalmente, entre seis e sete músicas na despedida, mas cortou o número para quatro por causa da debilitação do artista:
“Era uma questão de quanto tempo o Ozzy conseguiria aguentar, porque a gente não sabia, já que ele faria o próprio show [logo antes]. Eu disse pra ele que achava que não deveria fazer [o show solo], porque eu não queria que ele ficasse esgotado na hora de tocar com a gente. Mas não foi o caso, ele fez o show dele. No fim, acabamos tocando quatro músicas, embora tivéssemos separado seis ou sete.”
Segundo uma fonte ao tabloide The Sun, toda a preparação para o show piorou o seu quadro de saúde. O insider afirmou:
“Ele vinha enfrentando problemas de saúde por causa do Parkinson e aquele grande show final cobrou seu preço. Ninguém previu que ele partiria tão rapidamente. Mas, apesar do choque, há uma gratidão por eles terem podido estar todos juntos.”
A morte de Ozzy Osbourne
A causa do falecimento de Ozzy não foi divulgada. Sabe-se, no entanto, que a saúde do cantor estava fragilizada há anos, devido a uma série de problemas de saúde — incluindo Parkinson, cujo diagnóstico foi revelado ao público em 2020.
Em comunicado enviado à imprensa, a família do artista declarou:
“É com mais tristeza do que palavras podem expressar que temos que informar que nosso querido Ozzy Osbourne faleceu esta manhã. Ele estava com sua família e cercado de amor.”
Em seguida, complementou:
“Pedimos a todos que respeitem a privacidade da nossa família neste momento.”
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