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A dura realidade de ser guitarrista de metal em 2025, segundo Gary Holt

Músico do Exodus e Slayer vende camisetas para complementar a renda: "não paga as contas, mas ajuda e ajudou muito durante a pandemia"

Para além da música, Gary Holt passou a vender camisetas em 2015. À época, o guitarrista do Exodus e do Slayer começou comercializando as polêmicas peças com a frase “Kill the Kardashians” (em português, “mate as Kardashians”), até aumentar a variedade. 

Primeiro, o músico disponibilizava os produtos por uma pequena companhia fundada com o amigo Jack Wyoming chamada No Love Apparel. Agora, já há algum tempo, utiliza o próprio site Holt Awaits, divulgando os novos itens nas redes sociais. 

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Apesar de uma parcela do público ver a atitude como um hobby, Gary revelou em recente entrevista que as camisetas ajudam a pagar as contas. Refletindo a respeito da realidade de ser um guitarrista de metal e da percepção errada das pessoas quanto ao seu trabalho, o artista contou ao Metal.de (via Blabbermouth):

“As pessoas pensam: ‘ah, você é uma estrela do rock rica’… Não! Eu vendo camisetas, e vendo diretamente da p#rr@ do meu armário. Embalo, etiqueto e envio. Isso não paga todas as contas, mas ajuda. Ajudou muito durante a pandemia.”

Aliás, o baixista Jack Gibson também aderiu à prática, o que trouxe a fama de “vendedores ambulantes de camisetas” para o Exodus. O guitarrista, no entanto, não se incomoda, já que os produtos geram uma boa renda — e ainda há os itens de merchandise vendidos em shows —, como explicou: 

“[Vender camisetas] é de onde vem o nosso dinheiro. Se você está numa banda em que o cachê que você recebe cobre as suas despesas e o dinheiro das camisetas fica com você para fazer o que quiser, é ótimo. Porque tudo, especialmente depois da pandemia, ficou mais caro: ônibus de turnê, passagem de avião etc. A gente se vira, até que bem. Mas aí você volta pra casa e fica dois meses sem trabalhar, e o dinheiro que ganhou tem que cobrir todas essas despesas, tem que render. Não é como as pessoas imaginam.”

Ao podcast Talk is Jericho em maio, Holt havia comentado que os itens o ajudaram nas despesas na época da pandemia, em que a indústria da música ao vivo ficou parada. Conforme o Metal Addicts, o músico ainda ressaltou como é o responsável por todos os processos por trás da venda quando não está na estrada:

“Teve épocas, como durante a pandemia, em que a coisa ficou difícil. Eu vendo camisetas com a frase ‘Kill the Kardashians’. Quando você compra, se eu não estou em turnê, fui eu quem colocou naquela p**ra de envelope e levou até o correio. Sou eu quem faz tudo. Não contrato ninguém pra isso. Sou eu. […] Me ajuda a manter minhas contas pagas.”

A explicação de Jack Gibson

Ao ser questionado sobre que conselho daria a jovens músicos no ano passado, Jack Gibson foi sincero. Em entrevista ao canal de Danielle Bloom no YouTube, o baixista do Exodus reconheceu não ter se acostumado com a maneira como os negócios acontecem.

Quando a entrevistadora mencionou que vivemos em tempos diferentes, o músico ressaltou que sua principal fonte de renda atual está no “anexo” à arte que faz: a venda de camisetas. Ele explicou:

“Depois que começaram a dar música de graça, o mercado acabou. Não vendemos nada de discos. Se não excursionarmos e vendermos camisetas, não ganhamos dinheiro. Hoje sou um vendedor de camisetas, não um músico. Sou literalmente um vendedor de bugigangas ambulante. É isso que fazemos. Tocamos música para tentar levar as pessoas à barraca de merchandise e vender a elas nossas coisas impressas. Esse é o negócio.”

Exodus no Brasil

Exodus realiza show único no Brasil para 9 de outubro. Durante a apresentação, marcada para o Carioca Club em São Paulo, a lendária banda americana de thrash metal toca na íntegra seu álbum de estreia, “Bonded by Blood” (1985), em celebração ao 40º aniversário de lançamento.

Ingressos estão à venda pelo site Clube do Ingresso. A realização é da Livinstage e CKConcerts, com apoio da Roadie Crew e Honorsounds.

Hoje o grupo conta com Rob Dukes no vocal, Gary Holt e Lee Altus nas guitarras, Tom Hunting na bateria e Jack Gibson no baixo. Dukes retornou ao posto, no início do ano, após a terceira saída de Steve “Zetro” Souza.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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