...

St. Vincent faz show curiosamente pesado e envolvente no Popload Festival 2025

Com repertório baseado no novo álbum “All Born Screaming” (2024) e em “Masseducation” (2017), artista volta ao Brasil pouco mais de dois meses após abrir para Olivia Rodrigo

Há artistas internacionais que retornam ao Brasil praticamente todo ano. Existem ainda aqueles que viajam para cá duas vezes no mesmo ano, mas ao menos deixam um intervalo de alguns meses — caso de Glenn Hughes, que tocou no Bangers Open Air 2025 em maio e volta em novembro para uma turnê solo. Mas o caso de St. Vincent não tem precedentes. A artista de nome real Annie Clark tornou a aparecer por aqui 66 dias após sua visita anterior.

A cantora e guitarrista americana de 42 anos, queridinha do rock “alternativo” na última década e meia, esteve no Brasil em 26 de março, como atração de abertura de Olivia Rodrigo em Curitiba. No último sábado (31), ela marcou presença como uma das principais atrações do Popload Festival, que também recebeu Norah Jones, Laufey, Kim Gordon, The Lemon Twigs, entre outros, no Parque Ibirapuera, em São Paulo.

- Advertisement -
Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Nem mesmo o evento que escalou Vincent tem a frequência de artistas que batem ponto por aqui. Fundado em 2013, o festival acontecia anualmente até 2019, ano anterior à pandemia. Seu retorno ocorreu em 2022, mas sua edição seguinte se deu apenas no último sábado (31) — um hiato tão longo quanto o causado pela covid-19.

Annie Clark, por sua vez, também não é do tipo que vem muito pra cá. Antes das duas visitas neste ano, nos visitou apenas em 2015 e 2019, ambas as ocasiões para tocar no Lollapalooza Brasil. Da primeira, ainda abriu duas apresentações de Robert Plant paralelas ao evento, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Da segunda, fez uma performance à parte no intimista Cine Joia, na capital paulista.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Embora St. Vincent tenha sido atração de destaque no lineup do Popload Festival 2025, não dá para defini-la como uma “co-headliner”. Seu show teve apenas uma hora de duração — a atração principal, Norah Jones, tocou por 20 minutos a mais. Os horários reduzidos de praticamente todas as performances renderam reclamações nas redes, mas a organização manteve dessa forma.

Acompanhada de sua banda de apoio, Annie Clark entrou discretamente no palco montado no Parque Ibirapuera. Tão disfarçada que começou sua apresentação com as luzes ainda apagadas e sem guitarra. “Broken Man”, faixa de seu álbum mais recente, “All Born Screaming” (2024), foi escolhida para abrir o set.

A baixista Charlotte Kemp Muhl (Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox)

Outras três canções do mesmo disco se fizeram presentes na noite: “Flea”, “Big Time Nothing” e o encerramento com a faixa-título, talvez as melhores escolhas para introduzir o trabalho vencedor do Grammy de Melhor Álbum Alternativo em 2025 (“Broken Man” e “Flea” ganharam os troféus de Melhor Música de Rock e Melhor Performance de Música Alternativa, respectivamente). Bem recebido, o sétimo registro de estúdio da americana retoma uma estética que funde um art pop contemplativo com um tipo de rock industrial imponente — mistura que havia ficado de lado no groovado antecessor “Daddy’s Home” (2021), representado no repertório de 12 canções apenas por “Pay Your Way in Pain”.

O baterista Mark Guiliana (Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox)

Conforme o set se desenrolava com canções de “All Born Screaming” e o quase-glamuroso “Masseducation” (2017), também representado com quatro faixas no set (“Fear the Future”, “Los Ageless”, “New York” e “Sugarboy”), dava para notar: parte do público parecia sequer conhecer Vincent. Algo esperado para um festival de atrações tão díspares, mas revertido com uma performance que envolveu muita entrega da artista, não só cantando e tocando guitarra, como também gesticulando e dançando, mesmo que de jeito não muito convencional.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Era, diga-se, o melhor cenário para ser introduzido ao trabalho de Annie Clark. Afinal de contas, sua obra fica mais vívida, enérgica e, por que não, pesada quando executada ao vivo. Ainda preserva a característica experimental, ainda mantém o com tempero pop, mas sobretudo soa rock. Em dado momento do set, St. Vincent chega a descer do palco e se jogar na plateia. Nada mais rock and roll do que isso.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

St. Vincent — ao vivo em São Paulo

  • Data: 31 de maio de 2025
  • Local: Parque Ibirapuera (Popload Festival)
  • Turnê: All Born Screaming
  • Produção: Popload Festival / T4F

Repertório:

  1. Broken Man
  2. Fear the Future
  3. Los Ageless
  4. Birth in Reverse
  5. Pay Your Way in Pain
  6. Flea
  7. Cheerleader
  8. Big Time Nothing
  9. Marrow
  10. New York
  11. Sugarboy
  12. All Born Screaming
Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioResenhasResenhas de showsSt. Vincent faz show curiosamente pesado e envolvente no Popload Festival 2025

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades