Mark Knopfler ganhou projeção como guitarrista do Dire Straits. Todavia, antes mesmo do término definitivo da banda em 1995, o músico já estava envolvido em outros projetos, sobretudo trilhas sonoras.
Para ele, o seu melhor solo não está em uma música lançada pelo grupo que o consagrou — e, sim, em outro trabalho paralelo.
Conversando com o jornal El País, o artista elegeu o solo de “Going Home: Theme of the Local Hero” como o favorito de sua carreira. Lançada originalmente em 1983 como seu primeiro single solo, a música fez parte do filme “Local Hero” (1983) e, hoje, é utilizada para a entrada do time de futebol britânico Newcastle United no campo.
Ao justificar a escolha, Knopfler explicou que, por meio da composição instrumental, conseguiu transportar o ouvinte diretamente para o universo do longa-metragem, ambientado na vila fictícia de Ferness. Ele disse:
“‘Going Home’, de ‘Local Hero’, parece funcionar. Toquei uma guitarra barata, soa muito simples, eu fiz tudo errado, mas acho que tem as notas perfeitas [risos]. Acho que deu certo porque não levei ao extremo, não fui longe demais. Apenas disse o que precisava dizer. Tentei retratar o lugar, as pessoas, as pedras e a água. Para mim, era um retrato de um lugar, uma ideia, um herói local.”
No ano passado, Mark resolveu regravar a canção para beneficiar as organizações beneficentes Teenage Cancer Trust e Teen Cancer America, voltadas aos adolescentes com câncer. A nova versão contou com a participação de mais de 60 músicos, como Bruce Springsteen, Tom Morello (Rage Against the Machine), David Gilmour (Pink Floyd), Slash (Guns N’ Roses), Eric Clapton, Steve Vai, Ronnie Wood (Rolling Stones), Pete Townshend (The Who) e Brian May (Queen).
Em comunicado à época, Knopfler confessou que, inicialmente, a ideia não era tornar a faixa tão grandiosa assim, mas o processo ocorreu naturalmente. Destacando as partes de Townshend, Clapton e Beck, afirmou:
“Eu realmente não tinha ideia de que a música chegaria nesse nível. [Buddy] Guy aceitou e eu logo precisei estender a música de alguma forma, para acolher o maior número de pessoas. Antes que eu soubesse o que fazer, Pete Townshend tinha entrado no meu estúdio portando uma guitarra e um amplificador. E aquele primeiro power chord do Pete… cara, nós presenciamos aquilo e foi simplesmente fantástico. E continuou a partir daí. O Eric [Clapton] entrou, tocou muito bem, um lick atrás do outro. Então a contribuição de Jeff Beck surgiu e isso foi fascinante. Acho que o que tivemos foi uma superabundância de coisas boas. A coisa toda foi um ponto alto.”
Mark Knopfler, carreira solo e Dire Straits
Desde 1996, Mark Knnopfler se dedica somente à carreira solo, além de assinar trilhas de filmes. Ao que tudo indica, um reencontro com o Dire Straits parece cada vez mais uma fantasia na cabeça dos fãs.
Nem mesmo quando a banda foi indicada ao Rock and Roll Hall of Fame, em 2018, o vocalista e guitarrista compareceu à cerimônia com os antigos colegas – o que fez com que até o tradicional número musical deixasse de acontecer.
Em uma entrevista de 2008 à BBC News (resgatada pelo Karkpost), o frontman revelou até ter conversado com o baixisya John Illsley, seu companheiro mais longevo no grupo.
“Ele estava muito disposto a nos reunirmos. Mas, honestamente, não sei se estou disposto a passar por tudo aquilo de novo.”
O único motivo que mudaria o panorama seria filantrópico.
“Só faria isso por caridade. Sou grato por tudo que tivemos e me diverti muito. Mas sou muito feliz por como as coisas estão hoje.”
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.
