Formado em 1985, o Golpe de Estado anunciou a despedida definitiva dos palcos. Em comunicado nas redes sociais, a formação atual da banda de hard rock revelou que, diante da morte do baixista e membro fundador Nelson Brito em julho do ano passado, ficou inviável continuar com o grupo — apesar de terem tentado desde então, em homenagem ao integrante e também ao falecido guitarrista Hélcio Aguirra.
João Luiz (voz), Marcelo Schevano (guitarra), Fabio Cezzar (baixo) e Roby Pontes (bateria) prometeram o lançamento de um disco ao vivo para encerrar as atividades. Como descrito, o material é o último registro profissional de Nelson no palco e contou com a participação de inúmeros convidados.
No caso, não foi especificado quando o álbum em questão foi gravado. Todavia, em dezembro de 2023, o grupo realizou uma apresentação no Santo Rock Bar, em Santo André, justamente com o vocalista original Catalau, além dos sucessores Kiko Muller e Rogério Fernandes e o tecladista Rodrigo Hid.
Ao longo dos próximos meses, a banda deve fazer “alguns poucos shows”. Já foi definido, inclusive, que a apresentação final do Golpe de Estado acontecerá no dia 21 de dezembro, no Carioca Club, em São Paulo. Um pôster promete a aparição de “antigos integrantes” na ocasião. Ingressos já estão à venda no site Clube do Ingresso.
Diz o comunicado na íntegra:
“No final da década de 80 uma banda se destacava na cena nacional e despertava uma grande admiração, não só de nos quatro, mas de praticamente toda uma geração de rockeiros que viveram para ver o grande Golpe de Estado. O Golpe, para nós, significava amor, liberdade e ousadia. Ter a experiência de ver Catalau, Nelson, Hélcio e Zinner no mesmo palco era uma aula. E a vida nos deu de presente a grande honra de poder conhecê-los e conviver com eles de perto, tanto como músicos quanto amigos.
Em 2010, Nelson e Hélcio convidavam Roby Pontes para se juntar a eles e gravar o grande álbum ‘Direto do Fronte’. Foram anos de muito trabalho até que, em 2014, a vida nos pregou um ‘golpe’ que deixou não só a nós, mas a cena musical abalada: perdíamos Hélcio Aguirra.
Quando a banda completou 30 anos, Nelson resolveu comemorar esse marco, tendo Rogério Fernandes, vocais, juntamente com Marcelo Schevano, guitarras e o remanescente Roby Pontes na bateria. Um ano depois, Rogério decidiu sair e dar lugar a João Luis. Foram centenas de shows, 1 álbum ao vivo ‘Ao vivo 30 Anos’ e 1 de estúdio, ‘Caosmópolis’.
Em 2024, tudo estava sendo preparado para o lançamento de mais um ao vivo já gravado em comemoração aos 40 anos. Todavia, o baque foi grande demais: falecia Nelson Brito, fundador do Golpe de Estado e o verdadeiro motivo de estarmos aqui até hoje. Mesmo com as palavras dele no hospital dizendo ‘continuem, vocês também são o Golpe’, foi uma pancada terrível, irrecuperável. Fizemos shows em sua homenagem e ao Hélcio, tentamos prolongar até termos o álbum, porém, chegamos até onde deu. O Golpe não existirá mais. Seu legado construído nesses 40 anos de existência será eterno.
Assim como Nelson nos pediu, lançaremos o álbum ao vivo e o último registro dele no palco. Foi uma grande festa com a participação de Catalau e outros convidados. Para encerrar, teremos ainda alguns shows, poucos é verdade, e também aquele que será o último e já marcado: dia 21/12, no Carioca Club, em São Paulo, contando com participações de ex-integrantes. Será uma grande celebração a história do Golpe cuja memória jamais será apagada.”
Sobre Golpe de Estado
Nelson Brito criou o Golpe de Estado ao lado de Hélcio Aguirra (guitarra), Catalau (vocal) e Paulo Zinner (bateria). Mesmo com mudanças de formação, o grupo se manteve em atividade até 2014, quando faleceu Aguirra, aos 54 anos.
Brito decidiu manter o grupo ativo em 2016, com novos integrantes. A formação contava com João Luiz (vocal), Marcelo Schevano (guitarra) e Roby Pontes (bateria), além do baixista. Com a morte do membro fundador devido a um tumor intestinal em julho do ano passado, Fabio Cezzar entrou para o grupo.
“Caosmópolis”, álbum mais recente, saiu em 2022. O sétimo trabalho de estúdio rompeu hiato de mais de uma década sem material inédito. A produção das nove faixas ficou a cargo de Schevano. Ainda participaram das gravações o trombonista Bocato, o trompetista Paulo Pizulin e o saxofonista Andre Knobl.
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