Chris Cornell tinha grandes referências na música. Enquanto mencionava nomes como os Beatles e David Bowie entre inspirações para o rumo de sua carreira, o saudoso vocalista do Soundgarden não queria seguir por um caminho parecido com o de Alice Cooper — com quem construiu certa proximidade e colaborou nas faixas “Stolen Prayer” e “Unholy War”, do disco “The Last Temptation” (1994).
Conversando com a revista Spin em 1999 (via Far Out Magazine), o cantor confessou que não conseguiria sustentar uma mesma persona em cima do palco por muitos anos igual ao colega de profissão. Mencionando especificamente o seu primeiro álbum solo “Euphoria Morning” (1999), ele explicou:
“Eu vi Alice Cooper no programa do Jay Leno e instantaneamente pensei: ‘graças a Deus eu não criei algum personagem quando tinha 22 anos que eu precisaria continuar imitando aos 50’. Tudo o que no meu novo álbum que soa mais adulto é totalmente natural. Você sempre pode mudar.”
Além disso, Cornell assumiu que, diante de seu histórico musical, também não seria capaz de replicar a mesma personalidade “extravagante” de Cooper. À Classic Rock em 1996, pontuou:
“Caras como Freddie Mercury e Alice Cooper eram verdadeiros astros do rock. Eram pessoas muito legais, muito divertidas, extravagantes. Eu jamais conseguiria fazer isso, porque ser extravagante na minha formação punk era muito ruim, era o oposto completo de tudo o que o punk representava.”
Alice Cooper não liga de interpretar personagem
Isso não quer dizer que Alice Cooper fique incomodado por interpretar um personagem. Com 77 anos e mais de cinco décadas de carreira, o cantor, cujo nome real é Vincent Damon Furnier, deixou claro em entrevista ao jornalista Igor Miranda para a Rolling Stone Brasil que “nunca se cansa” de fazer o que faz:
“Se fosse só pelo dinheiro, teríamos nos aposentado há 30 anos, porque ganhamos muito dinheiro. Artistas e bandas como os Rolling Stones, Paul McCartney e afins seguem fazendo isso porque nasceram para isso. Eu nasci para interpretar Alice Cooper, então, farei isso até que eu não possa mais. Nunca me canso de interpretar o personagem, nem da música. É impossível ficar entediado quando se está em uma banda onde todos são amigos e ainda pode viajar pelo mundo.”
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