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Som excessivamente alto prejudica Dynazty no Bangers Open Air

Estreia do grupo sueco no Brasil foi marcada por más condições técnicas e público disperso

O Dynazty finalmente fez sua aguardada estreia em solo brasileiro. A apresentação no sábado (3), segundo dia de Bangers Open Air 2025, integrou a turnê de divulgação do recém-lançado “Game of Faces” (2024), cuja capa estampava o imponente backdrop e os produtos oficiais à venda no estande do festival.

Com nove álbuns de estúdio na bagagem — sete deles lançados no Brasil —, o quinteto sueco trouxe ao Memorial da América Latina um setlist vigoroso, pautado pelo hard rock moderno com acento metálico. Ao vivo, o som ganha corpo e peso, com timbres que evocam a tradição do power metal europeu, sem perder a acessibilidade melódica que caracteriza seus refrães explosivos.

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Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

As comparações com o conterrâneo H.E.A.T., que havia acabado de se apresentar no palco Hot Stage — separado por uma passarela até o Sun Stage, um dos palcos secundários do festival — foram inevitáveis. Enquanto o H.E.A.T. se destaca por uma química coletiva em que cada integrante brilha com personalidade própria, o Dynazty gira em torno do carisma e da técnica impressionante do vocalista Nils Molin. Dono de uma voz potente e versátil — além de uma cabeleira que parece desafiar as leis da gravidade —, Molin também é conhecido por seu trabalho paralelo no Amaranthe, grupo sueco que mescla metal melódico e eletrônico com vocalizações múltiplas.

Foi por meio do extinto MySpace que Molin se juntou ao Dynazty em meados dos anos 2000, ainda na adolescência. “Na época eu tinha 16, 17 anos, e de repente havia esse monte de bandas de hard rock aparecendo em todos os lugares, mas principalmente aqui na Suécia”, contou ele em entrevista ao site IgorMiranda.com.br. “O Crashdïet estava o tempo todo na TV. A música deles tocava em comercial de automóveis! [risos] Isso incentivou muito de nós a começarmos a tocar.” Segundo ele, aquele momento não foi exatamente uma revolução, mas um “renascimento” do estilo.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

O show do Dynazty evidenciou sua proposta sonora atual, que combina um peso moderno com arranjos ambiciosos e refrões feitos para o público cantar junto. Navegando por nuances eletrônicas e atmosferas com toques industriais, a banda também demonstrou sua intensa energia no palco, derramando sobre a plateia as melodias grudentas, ainda que um tanto previsíveis, do hard europeu. “Presence of Mind”, de “The Dark Delight” (2020), consistiu no momento de maior energia, com seu refrão épico.

Mesmo com a qualidade da performance, o público pareceu mais disperso do que envolvido. A acústica do Sun Stage não ajudou: o som estava excessivamente alto, por vezes estourando e prejudicando a clareza dos vocais e dos detalhes instrumentais. A sensação geral era de que o Dynazty merecia um espaço maior — ou ao menos melhores condições técnicas para mostrar todo seu potencial.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Fosse até mesmo pelo desgaste pós-H.E.A.T., o fato é que o show não conseguiu arrebanhar o público como se esperava. Ainda assim, para os fãs de longa data — que esperaram quase duas décadas para ver a banda ao vivo —, a estreia foi memorável e marcou um novo capítulo na trajetória do grupo no Brasil. Só falta agora voltar — e, da próxima vez, com o palco à altura da sua sonoridade grandiosa.

**Este conteúdo faz parte da cobertura Bangers Open Air 2025 — clique para conferir outras resenhas com fotos e vídeos.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

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Marcelo Vieira
Marcelo Vieirahttp://www.marcelovieiramusic.com.br
Marcelo Vieira é jornalista graduado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), com especialização em Produção Editorial pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Há mais de dez anos atua no mercado editorial como editor de livros e tradutor freelancer. Escreve sobre música desde 2006, com passagens por veículos como Collector's Room, Metal Na Lata e Rock Brigade Magazine, para os quais realizou entrevistas com artistas nacionais e internacionais, cobriu shows e festivais, e resenhou centenas de álbuns, tanto clássicos como lançamentos, do rock e do metal.

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