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A razão que levou Gary Moore a sair do Thin Lizzy logo após show imenso

Saudoso guitarrista deixou a banda de maneira abrupta em meio a uma turnê nos Estados Unidos em julho de 1979

Entre idas e vindas, Gary Moore deixou o Thin Lizzy de maneira definitiva em julho de 1979. Após uma apresentação para 63 mil pessoas no festival Day on the Green, na Califórnia, nos Estados Unidos, o saudoso guitarrista resolveu simplesmente sair da banda em meio a uma grande turnê no país, sendo substituído temporariamente por Midge Ure

Segundo Eric Bell, um motivo em específico levou à partida tão abrupta. Conversando com a Classic Rock em 2023, o guitarrista, que integrou a formação até 1973, revelou que, à época, o colega estava de saco cheio da farra dos outros membros e com os nervos à flor da pele.

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Ele explicou: 

“Chegou a um ponto em que a festa depois do show era mais importante do que o próprio show. Com o Gary nunca havia meio-termo. Era um cara super gente boa quando estávamos só nós, rindo e brincando. Mas, se ele não gostasse de alguma coisa, logo mandava você se f#der.”

Além disso, havia outro problema. De certa forma, Gary assumia uma postura de líder internamente, o que fazia entrá-lo em conflito com o falecido vocalista e baixista Phil Lynott, de acordo com o baterista Brian Downey:

“O Gary sempre dominava o palco. Até no Thin Lizzy. O Phil era o líder, até o Gary entrar. Aí era como se tivéssemos dois líderes, o que não era muito inteligente.”

Como destacado pelo veículo, Gary era contra as drogas, tornando “ainda mais difícil” a convivência com Lynott e com o guitarrista Scott Gorham, usuários de heroína. Como o vício atrapalhava a performance dos músicos, a situação chegou num ponto complicado, nas palavras de Downey:

“Com o Gary, toda noite tinha que ser perfeita. Em algumas noites, pelo amor de Deus, cara, eu não sei como o Phil conseguiu subir no palco e tocar, ele estava completamente fora de si.”

Em 2020, também à Classic Rock, Gorham descreveu Moore como o guitarrista mais difícil com quem teve que lidar. E apresentou justamente o mesmo argumento dos outros colegas:

“Em certo momento, ele estava convencido de que era o melhor guitarrista do mundo. Phil e eu nos olhávamos e pensávamos: ‘uau, ok’. Gary tinha um ótimo senso de humor, mas às vezes ele saía completamente do eixo e eu ou o Phil precisávamos conversar com ele e pedir para que ele se acalmasse. Ele queria muito ser um artista solo, então dividir as funções de guitarrista não fazia parte dos planos dele. E a verdade é que ele era bom o suficiente pra isso, então não guardo mágoa. O problema foi o jeito como ele fez as coisas, que irritou todo mundo: sair no meio de uma turnê americana. Simplesmente não se faz isso. Ele até pediu desculpas algumas vezes ao longo dos anos. Mas, naquela altura, já era tarde demais.”

Thin Lizzy seria mais famoso se Gary Moore ficasse?

O baterista Brian Downey afirmou, em entrevista de 2017 ao Metal Express Radio, que o Thin Lizzy teria sido mais popular — especialmente na América do Norte — se Gary Moore tivesse ficado na banda. O guitarrista esteve no grupo de forma apenas provisória, nos anos de 1974, 1977 e de 1978 a 1979 – por vezes, em substituição a algum integrante, como Eric Bell (na primeira ocasião) ou Brian Robertson (nas outras situações).

“Eu acho que, se Gary tivesse ficado na banda, seríamos mais populares, particularmente na América. Ele deu a impressão de que estava feliz com a banda e com a música, (mas) ele estava tendo dificuldades com Phil. Havia tensões ali, mas eles eram velhos amigos dos tempos de Skid Row (banda irlandesa onde ambos tocaram nos anos 1960).”

Sobre Gary Moore

Nascido em Belfast, Irlanda do Norte, Robert William Gary Moore despontou participando do Skid Row – a banda irlandesa, não a americana que faria muito sucesso posteriormente. A seguir, se juntou ao Thin Lizzy. Esteve na banda em 1974 e novamente entre 1977 e 1979.

Desenvolveu respeitada carreira solo, transitando entre o hard/classic rock e o blues. Além do BBM, integrou o Collosseum II. Morreu no dia 6 de fevereiro de 2011, vítima de um ataque cardíaco quando passava férias em um hotel na Espanha.

Sobre o Thin Lizzy

A versão original do Thin Lizzy existiu entre 1969 e 1983. O baixista e vocalista Phil Lynott, líder e principal compositor, faleceu em 1985. Desde então, comandado pelo guitarrista Scott Gorham, o grupo se reúne de tempos em tempos para celebrar sua história – além de ter gerado um “spin off”, o Black Star Riders.

Embora não tenha alcançado o mesmo sucesso de outros da mesma geração, o grupo possui uma fiel base de fãs, além de ter influenciado incontáveis artistas em toda a sua história.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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