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Nome do Sepultura foi roubado dos Cavalera? Andreas Kisser nega e se explica

Max Cavalera, que deixou a banda em 1997, é creditado pela criação do nome e já demostrou arrependimento por não ter ficado com a marca

Max Cavalera criou o nome do Sepultura ao traduzir o nome da música “Dancing on Your Grave”, do Motörhead, para o português. Apesar disso, com a saída do vocalista e guitarrista em 1997, a banda permaneceu com os antigos colegas. 

À época, em entrevista à Folha de S. Paulo, o artista disse que a marca estava registrada como pertencente a ele e ao irmão e baterista Iggor Cavalera. Porém, não entraria na Justiça para impedir que os integrantes continuassem utilizando a alcunha. 

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Andreas Kisser nega que os músicos tenham “roubado” o nome do Sepultura. Durante recente participação no podcast G1 Ouviu (via Mundo Metal), o guitarrista alegou que a acusação não faz sentido, já que, com a saída de Max, a banda ficou “destruída” e, portanto, não havia motivos para pensar em sequer pegar o nome: 

“As pessoas falam: ‘ah, vocês ficaram com o Sepultura, é fácil, roubaram o nome’. Quem é que iria roubar um negócio daquele que estava destruído? É aquela imagem: ‘ah, o Sepultura está tocando em estádios, eles estão grandes’. Mas dentro estava podre, entendeu? As nossas contas estavam um caos, porque estava muito mal administrado.” 

À Capital Chaos TV (via Whiplash), em 2015, Kisser afirmou que, quando Max deixou a banda, os membros precisaram aprender sobre mercado e gestão, até chegarem numa situação “muito melhor”. O guitarrista disse: 

“Max, quando saiu, levou o empresariamento, toda a estrutura que o Sepultura tinha levado dez anos para construir – os laços de confiança e amizade com gravadora e agentes e a imprensa. E isto fez com que fôssemos apontados como os caras maus da coisa […]. Mas passamos por cima disto. Foi algo que nos fortaleceu, pois aprendemos muito sobre o mercado e gestão, e como tomar conta de nossas próprias coisas. E estamos numa situação muito melhor agora, sem sombra de dúvida. Ao mesmo tempo em que estávamos tocando em grandes arenas e vendendo bastante discos, nossa situação nos bastidores era patética; éramos como crianças brigando por pirulito no jardim de infância. Era absurdamente estúpido.”

Mais recentemente, durante participação no podcast Papo com Clê, Andreas Kisser afirmou que os músicos conseguiram se organizar somente em 2014. Segundo o guitarrista, a participação familiar na tomada de decisões atrapalhou os bastidores em tal nível ao ponto do negócio poder até mesmo “desmoronar”.

“A história do Sepultura [foi uma bagunça] até 2014. Foi quando formamos a estrutura que a gente tem até hoje, dos empresários, e tivemos a nossa própria maturidade em querer crescer dentro do assunto [dos negócios]. Antes era mãe envolvida, era esposa de um, era irmã do outro. Tem o seu lado bom pra algumas coisas, mas tem o seu lado horrível, que você não tem objetividade, não tem o planejamento de business. O Sepultura foi sempre muito caótico nesse aspecto, mas não estou reclamando, a gente teve que passar por tudo isso, e isso, em vários aspectos, ajudou a gente a ser o que a gente é artisticamente. Mas chegou num momento em que ou a gente mudava ou o negócio ia desmoronar, porque a gente começou a ter vícios de sempre depender do humor de uma pessoa e o business não pode ser refém disso, tem que ser objetivo.
Demorou para a gente ter essa noção e essa coragem também de enfrentar essas mudanças. Com roadies também, a gente já foi processado por roadie, que considerava amigo etc. Não existe isso, a gente tem um respeito, eu obviamente tenho muitos amigos do business, mas na hora do business é outra coisa. [Precisa perguntar]: ‘Cadê o recibo? Tá pagando imposto?’. A gente não ia sobreviver à pandemia nem à saída do Eloy Casagrande se a gente não tivesse tão organizado e focado do jeito que a gente está.”

A opinião de Max Cavalera

Em diferentes ocasiões, Max Cavalera destacou que gostaria de ter ficado com o nome do Sepultura. À Broken Neck Radio em 2018 (via Blabbermouth), o vocalista e guitarrista descreveu a “perda” como um de seus maiores arrependimentos: 

“Se eu pudesse fazer as coisas de forma diferente, manteria o nome Sepultura, para que nunca tivéssemos perdido o nome. Porque era nosso, nós o criamos. Isso seria uma coisa que provavelmente seria inteligente. Seja mais inteligente com suas próprias coisas. Não deixe as pessoas assumirem o controle, como aconteceu comigo. Isso seria uma coisa que eu faria diferente.”

Anteriormente, em 2016, o artista manifestou a mesma opinião à Metal Insider (via TMQDA!). Ainda alegou que não deveria ter se demitido e sim tirado o baixista Paulo Xisto e o guitarrista Andreas Kisser.

“O Sepultura estava muito próximo ao meu coração, era meu bebê. Agora que todo esse tempo passou e eu penso a respeito, Iggor e eu deveríamos ter demitido aqueles dois babacas e ficado com o nome; por que nós não fizemos isso, eu não sei. Na época não tivemos essa visão, então eu me demiti do grupo.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

1 COMENTÁRIO

  1. É impressionante que, quando o assunto se trata de quem é o dono da marca SEPULTURA atualmente, os envolvidos falam, falam, não dizem nada com nada e não respondem a pergunta em questão. Afinal, sem meias palavras, a marca SEPULTURA no momento pertence a quem? Se eu quiser fazer gracinha e se utilizar da marca em benefício próprio, quem virá com processo para cima de mim?

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