Após o lançamento do “The Dark Side of Roger Waters” (2023), Roger Waters criticou o entrevistador do minidocumentário. Durante participação no programa “The Stream”, o músico acusou o jornalista e produtor cinematográfico John Ware de antissemitismo, ressaltando que o profissional era um “pró-genocida” e “pró-sionista” e que “torcia pelo genocídio do povo palestino”.
Diante das declarações, Ware resolveu processar o artista por difamação. Não só, como o canal Al Jazeera, responsável pela atração na qual o eterno membro do Pink Floyd concedeu os comentários.
Em avaliação realizada no tribunal na última terça-feira (25), a juíza Jennifer Eady classificou as falas de Waters como “difamatórias” e afirmou que não podem ser tratadas apenas como opiniões. Segundo o Hollywood Reporter, o caso avançará para julgamento.
A entrevista em questão não está mais no ar. De acordo com o jornal The Independent, uma versão inicial do bate-papo chegou a público em fevereiro do ano passado por meio do YouTube. Depois de uma alteração, que manteve a afirmação a respeito do genocídio, o vídeo foi apagado no dia 1º de maio.
Em defesa ao jornalista, William Bennett ressaltou que “The Dark Side of Roger Waters” não inclui “nada adverso sobre os palestinos que pudesse ser interpretado como uma demonstração de que Ware era a favor do genocídio deles ou um defensor do genocídio”. Por sua vez, Adam Wolanski, em favor de Waters, respondeu:
“As declarações foram incisivas, mas as pessoas já sabiam sobre as opiniões de Waters sobre Israel. É evidente, pelas palavras e pelo comportamento de Waters, que ele enxerga a acusação de Ware — chamando-o de antissemita — como um ataque à sua posição política sobre a Palestina.”
Sobre “The Dark Side of Roger Waters”
Lançado em setembro de 2023, “The Dark Side of Roger Waters” foi idealizado pela Campaign Against Antisemitism, uma instituição de caridade que se apresenta como “dedicada a expor e combater o antissemitismo por meio da educação e da aplicação da lei”. A produção tem 37 minutos e está disponível no YouTube.
Na obra, figuras que trabalharam com o músico e sua antiga banda relataram momentos em que o baixista e vocalista teria escancarado seu preconceito contra judeu. O produtor Bob Ezrin e o saxofonista Norbert Stachel deram depoimentos.
Após a repercussão inicial, o próprio Roger Waters se manifestou em resposta. Em seu site oficial, ele publicou o texto que inclui o seguinte trecho a respeito de John Ware – ainda que sem citar nomes:
“O filme distorce e deturpa totalmente a minha visão sobre o estado israelita e a sua ideologia política, o sionismo. Baseia-se numa definição de antissemitismo que vê a crítica a Israel como inerentemente antissemita e assume que o sionismo é um elemento essencial na identidade judaica. Estas opiniões, claramente partilhadas pelo apresentador e pelos dois entrevistados, são amplamente contestadas por muitos, incluindo muitos judeus.”
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