Apesar das farpas trocadas até hoje na imprensa e nas redes sociais, Andreas Kisser garante que há um aspecto em que ele e os irmãos Max e Iggor Cavalera, fundadores e há anos ausentes do Sepultura, se entendem perfeitamente. Afinal, como o guitarrista deixa claro, todos esses e o baixista Paulo Jr possuem uma história juntos, com desdobramentos até hoje.
Andreas esteve no podcast Papo Com Clê, do canal Corredor 5 no YouTube. Entre os assuntos abordados, esteve a importância do merchandising nos rendimentos da banda e a relação com as gravadoras. Nesse ponto, antigos e atuais integrantes do Sepultura se entendem bem.
Kisser afirmou:
“Hoje a gente tem uma relação muito boa com a Roadrunner, inclusive com os irmãos Cavalera, de business, porque a gente tem muita coisa juntos. Caixas (box) de vinil, ou uma música que vai entrar em um filme… a gente tem business juntos ainda. Apesar de não estar na mesma banda, de não trabalhar juntos, a gente tem uma história.”
Para Andreas, as coisas ficam mais fáceis quando as animosidades da relação entre os integrantes são deixadas de lado. O guitarrista do Sepultura continua:
“Tudo passa por essa organização, deixar a emoção de lado. Não quero saber se o Max tá certo, se eu tô certo. ‘Ah, lembra aquilo, e não sei o que, você falou…’, isso é irrelevante, vamos fazer business. Não quero falar com você, você não fala comigo, não tenho vontade nenhuma de ter relacionamento, enfim… mas a gente precisa trabalhar juntos. Tem um produto muito valioso, a gente fez isso juntos.”
Mudanças são necessárias
Na mesma entrevista, Kisser foi perguntado sobre as outras saídas que o Sepultura enfrentou além de Max e Iggor. No caso: os bateristas Jean Dolabella e Eloy Casagrande.
Apesar de reconhecer a dificuldade, Andreas tenta ver tudo da forma mais positiva possível, citando exemplos de bandas clássicas e suas ramificações. O músico afirmou:
“Todas (as saídas), sem dúvida (foram difíceis). Nenhuma saída é fácil. Porque é uma mudança, né? Mas assim, fã sempre vai ser… eu sou fã também, eu sei como é. Eu tenho meus preferidos. Mas o rock and roll é isso. O Deep Purple, por exemplo, e o Black Sabbath, quantas bandas saíram dessas duas bandas? Whitesnake, Rainbow, Ian Paice, Jon Lord… Emerson, Lake & Palmer… o Cozy Powell veio com o Whitesnake no Rock in Rio (1985), o Tommy Aldridge, que estava com o Ozzy e foi para o Whitesnake. São tantas bandas que saíram, a carreira solo do Ozzy, a carreira solo do Dio. É sensacional.”
O guitarrista também abordou os fãs do Sepultura que muitas vezes pedem que a sonoridade atual seja próxima de algum álbum antigo. Sobre isso, Andreas disse:
“O fã: ‘ah, p*ta, porque vocês tinham que fazer um negócio mais ‘Arise’ (1991)’. Cara, eu não tô mais em 1991, eu não tô mais lá. Já tá feito, vai lá ouvir o ‘Arise’, tá feito, é aquilo. Por que eu vou chegar em 2024 e tentar copiar uma coisa que eu fiz em 1992? Não tem sentido nenhum. E o ‘Arise’ vai fazer parte da minha vida e da minha maneira de escrever pra sempre, direta ou indiretamente. Tá lá, tá feito, eu ainda toco músicas daquele disco em todos os shows, então eu ainda tenho um relacionamento com o disco todos dias, praticamente. Ele não está morto.”
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