George Martin desempenhou um papel crucial nas gravações dos Beatles. Considerado por muitos o “quinto integrante”, o saudoso produtor esteve por trás de quase toda a discografia do quarteto, além de ter sido o responsável pelo primeiro contrato da banda com a EMI/Parlophone.
Diante desse contexto, o profissional falecido em 2016 tinha seus trabalhos preferidos. Segundo o jornal The Telegraph, “Rubber Soul” (1965), “Revolver” (1966) e principalmente “Abbey Road” (1969), por ter sido o último que gravaram — embora o penúltimo lançado —, eram os materiais de que mais gostava.
Em contrapartida, Martin não era um grande fã do disco homônimo de 1968, popularmente conhecido como “White Album” – descrito como uma “decepção”. E também achava que um álbum em específico era pouco atrativo comparado aos demais.
Conforme compartilhado pela Far Out Magazine, o produtor abordou o assunto no livro “The Complete Beatles Recording Sessions”, lançado em 1988 e escrito por Mark Lewisohn. Ao detalhar o processo de gravação de “Beatles for Sale” (1964), quarto álbum de estúdio do grupo, ele pontuou:
“Durante ‘Beatles for Sale’, eles estavam exaustos. É preciso lembrar que eles haviam sido exaustivamente sobrecarregados ao longo de 1964 e grande parte de 1963. O sucesso é algo maravilhoso, mas também é extremamente cansativo. Eles estavam sempre em movimento. ‘Beatles for Sale’ não me atrai muito agora, não é um dos álbuns mais memoráveis deles. Depois disso, eles voltaram a se animar.”
Sobre “Beatles for Sale”
Quarto trabalho completo da banda em sua discografia britânica, “Beatles for Sale” aprofundou as influências adquiridas após as primeiras viagens aos Estados Unidos e convivência com músicos como Bob Dylan, agregando elementos de country e folk à sonoridade pop rock. As letras também se tornaram mais introspectivas e reflexivas em comparação aos temas juvenis e festeiros dos antecessores.
Com a agenda corrida, o grupo aproveitou apenas oito composições (mais duas registradas nas sessões e aproveitadas como single), completando o tracklist com covers de artistas como Carl Perkins, Chuck Berry, Buddy Holly e Little Richard. Chegou ao topo da parada britânica, ficando lá por 11 semanas – 46 no Top 20. Foram mais de 4 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.
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