Tony Iommi nunca escondeu sua admiração por algumas bandas que levaram a sonoridade do Black Sabbath, um dos pioneiros do heavy metal, para novos caminhos. Isso inclui o Metallica, que já regravou músicas deles e até tocou com Ozzy Osbourne na entrada do grupo ao Rock and Roll Hall of Fame, em 2006.
Em entrevista à Guitar World, o guitarrista inglês não poupou elogios aos pupilos americanos. Ele disse:
“O que fizeram com o som do metal, transformando em thrash, foi fantástico. Eles sempre nos trataram com respeito e são caras ótimos. Adoro a atitude deles, como eles compõem. Nos lembra como éramos – todo mundo na mesma sala ensaiando e levando à sério.”
Iommi não se restringiu apenas a falar bem do Metallica. Quando questionado sobre a influência da música “Symptom of the Universe” – do álbum “Sabotage” (1975) –, o músico se mostrou feliz de ver novas gerações expandindo em cima de ideias semelhantes.
“Foi legal ouvir algumas daquelas bandas thrash nos homenageando. É ótimo como eles conseguiram criar algo novo e próprio. Eu só estava bolando coisas que eu gostava. Então era muito legal ver outros músicos gostando também e elaborando em cima de ideias semelhantes.”
Apesar disso, Iommi brincou que o metal atual está técnico demais, a ponto dele talvez não se adequar aos requerimentos do gênero. Ele afirmou ter mais interesse em como a música soa para si antes de impressionar outros.
A gênese do thrash metal
Em 1992, James Hetfield concedeu entrevista à revista Guitar World (via Far Out Magazine) junto de Tony Iommi. Naquele ano, os dois tocaram com o Queen no show em tributo a Freddie Mercury, realizado no Estádio de Wembley, em Londres.
Quando questionado sobre a invenção do thrash, o vocalista e guitarrista do Metallica declarou:
“Como Tony, também tocamos covers quando começamos. Fomos muito influenciados pela New Wave of British Heavy Metal, que incluía bandas como Venom e Diamond Head – coisas underground. Aprendemos um monte de suas canções de um lote de singles obscuros que Lars (Ulrich, baterista) havia coletado. A maioria das pessoas pensava que estávamos tocando originais, porque nunca tinham ouvido nada disso antes – o que foi bom para nós! Ficamos com todo o crédito. Você sabe: ‘Ei, vocês escrevem boas músicas’, ‘Sim, eu sei’ (risos).”
O acréscimo de agressividade e velocidade foi uma consequência natural. E o motivo é bem mais simplório do que muitos podem imaginar.
“Passamos a tocar cada vez mais rápido simplesmente porque o público não prestava atenção. Isso nos deixava furiosos. As pessoas só iam aos shows para beber e encontrar os amigos. Decidimos tocar cada vez mais alto e forçá-los a nos notar. Além disso, Lars costumava ficar muito nervoso e acelerava o tempo. A única saída era o acompanhar.”
Apesar disso, em declaração mais recente concedida ao programa “The Project”, do canal televisivo australiano Network 10, James não quis se colocar no papel de criador do gênero. Segundo o músico, as coisas simplesmente aconteceram pois era o que as bandas queriam fazer.
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