Dentre os grandes sucessos dos Iron Maiden, está “Wasted Years”. Lançada como single do álbum “Somewhere in Time” (1986), a faixa alcançou o 18º lugar na parada do Reino Unido e é uma das mais populares da banda nas plataformas digitais. Só no Spotify, acumula 164 milhões de reproduções.
Curiosamente, a canção, que é presença carimbada nos shows, poderia não ter saído. Isso porque Adrian Smith, responsável pela composição, achava que a música soava muito como o U2 – o que ao seu ver desagradaria o líder Steve Harris.
Conversando com a Music Radar, o guitarrista primeiramente explicou como a ideia surgiu. Em suas próprias palavras, tudo começou com um sintetizador:
“Eu tinha acabado de tirar da caixa um sintetizador de guitarra Roland, vindo do Japão, e, quando liguei, ele começou a fazer um barulho maluco. E eu simplesmente começar a tocar junto. Soava meio rítmico. E isso me deu uma música na hora.”
Então, ao gravar uma primeira versão da música, achou que lembrava muito os trabalhos de Bono e companhia. Por isso, ficou receoso de mostrá-la a Steve. Só que, no fim das contas, o colega acabou ouvindo por acidente e gostando. Adrian relembrou:
“Fiz uma pequena demo e soava um pouco como U2. Às vezes surgem ideias que você pensa que talvez não combinem com a banda, então nem ia mostrar para o Steve [Harris], mas ele me ouviu tocando durante um ensaio e disse: ‘isso é bom. Devemos usar isso’.”
O nascimento de “Wasted Years”
Assim, os músicos passaram a trabalhar no que virou “Wasted Years”. Segundo o guitarrista, a composição da letra aconteceu de maneira rápida e não envolveu mais ninguém no processo.
“Steve é engraçado. Você pode achar que ele não vai gostar, mas ele disse: ‘vamos tentar!’ E como o Bruce [Dickinson, vocalista] não estava por perto, compus a letra rapidamente também. Então foi composta bem rápido. Mas se o Steve não tivesse ouvido por acaso, eu nunca teria mostrado para ele.”
Anteriormente, Smith já havia contado a mesma história. Para a revista Total Guitar em 2015, conforme a Blabbermouth, relatou à época:
“Eu estava experimentando com um pequeno gravador e acabei gravando aquele riff de ‘Wasted Years’. Estava mostrando algumas outras coisas para o Steve e toquei a música por acidente. Eu disse: ‘provavelmente você não vai gostar, porque é muito comercial’. Mas ele gostou muito e insistiu que usássemos.”
Iron Maiden e “Somewhere in Time”
Adrian Smith brilha como compositor em “Somewhere in Time”. O guitarrista assinou três das composições sozinho: “Sea of Madness” e as duas faixas escolhidas como singles para o disco, “Wasted Years” e “Stranger in a Strange Land”.
Dos singles, a mencionada “Wasted Years” se saiu melhor e permanece sendo a música mais lembrada do álbum, ao lado de “Heaven Can Wait”. Com o tempo, o disco ganhou disco de platina nos Estados Unidos e ouro no Brasil, com 100 mil cópias vendidas por aqui.
Embora não seja conceitual, “Somewhere in Time” dá ênfase a temas futuristas, que acabaram entrando até mesmo na identidade visual do encarte. Isso também acabou influenciando no som: enquanto Bruce Dickinson tinha ideias acústicas, Steve Harris, Smith e o guitarrista Dave Murray fizeram algumas experiências com guitarras sintetizadas, que foram incorporadas ao projeto.
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