No início de sua carreira, o Queen precisou lidar com a desaprovação da mídia especializada. Ao lançar o primeiro álbum homônimo em 1973, o grupo recebeu diversas críticas negativas e desencorajadoras a respeito do material. À época, por exemplo, a tradicional revista britânica NME descreveu o projeto como um “um balde de urina”.
Apesar do baque, a situação semelhante do Led Zeppelin naquele período confortou os músicos. No segundo episódio da série “Queen The Greatest Special: The Story of Queen 1”, publicada no YouTube para celebrar o relançamento em boxset do projeto de estreia, Brian May explicou a conexão entre as duas bandas.
Segundo o guitarrista, ele e os colegas aprenderam a aceitar os julgamentos quando perceberam que Robert Plant, Jimmy Page e companhia também enfrentavam o mesmo tipo de problema. Conforme transcrição da Classic Rock, ele disse:
“Nós olhamos algumas das resenhas dos álbuns do Led Zeppelin que tinham sido lançados naquela época. Algumas eram terrivelmente ruins. E nós pensamos: ‘bem, se eles fazem essas críticas [para o Led Zeppelin], não deveríamos nos preocupar muito com as críticas que recebemos.”
De qualquer forma, o músico reconheceu que pode ser difícil encarar comentários ruins, ainda mais quando se é um artista solo. Ele mesmo acredita que, se estivesse nessa sozinho, poderia ter ficado muito mais afetado, como pontuou:
“Estar em uma banda ajuda muito. Acho que, se eu fosse um artista solo, teria caído no chão e chorado [com as críticas]. A situação foi difícil, mas estávamos em quatro pessoas, então pensamos: ‘que se danem esses caras, sabemos o que estamos fazendo’. Isso nos salvou.”
Queen e Led Zeppelin
Brian May não esconde a importância do Led Zeppelin para o Queen em inúmeros aspectos. Conversando com a Total Guitar no ano passado, o guitarrista destacou que os colegas de profissão eram uma grande inspiração para a banda no início, principalmente por estarem no lugar onde almejavam chegar.
Conforme repercussão do Far Out Magazine, ele declarou:
“Os caras do Led Zeppelin não estavam muito à nossa frente em termos de idade. A primeira vez que os ouvimos pensamos: ‘Meu Deus, é aqui que estamos tentando chegar, e eles já estão lá!’ Sentíamos que tínhamos perdido o horário.”
Ainda assim, o artista deixou claro que não considera ter copiado deliberadamente os colegas, por mais que reconheça a inspiração.
“Éramos mais harmônicos e melódicos, suponho. Mas eu nunca teria vergonha de dizer que o Zeppelin foi uma grande influência para nós, não apenas musicalmente, mas também na maneira como eles se comportavam no negócio, sem fazer concessões. A maneira como eles lidavam com sua imagem, a integridade, como construíam seu show no palco – tantas coisas. Suponho que entre Zeppelin, Beatles e The Who, você veria de onde viemos. Era o tipo de plataforma em que nos baseávamos.”
A seguir, o músico exaltou seu equivalente instrumental. Houve até espaço para mencionar uma referência específica, oriunda do álbum “Sheer Heart Attack” (1974).
“Devo muito a Jimmy Page, é claro – o mestre do riff e também da arte de se perder deliberadamente em assinaturas de tempo. Pensando em uma música, ‘Now I’m Here’ foi inspirada, definitivamente, pelo espírito do Zeppelin.”
Sobrou tempo para elogiar outro músico do zepelim de chumbo, o único que já não está mais aqui.
“É preciso citar todas as maravilhas que aconteciam quando Bonzo [John Bonham] tocava batidas que soavam como se estivessem em uma assinatura de tempo diferente – essas coisas sempre me fascinaram.”
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