Mina Caputo publicou um pronunciamento a respeito de sua identidade de gênero. Em vídeo de mais de 13 minutos, a vocalista do Life of Agony disse ter “curado” a disforia de gênero — incompatibilidade entre sua identidade de gênero e seu gênero de nascimento — e afirmou que voltará a ser um homem.
De 1989 a 2006, Caputo se apresentava como uma figura masculina e utilizava o próprio nome de nascimento: Keith Caputo. Pouco mais tarde, em 2008, começou sua transição e, em 2011, apareceu publicamente como uma mulher trans. Desde então, passou a tomar hormônios femininos e colocou próteses de silicone.
Porém, agora, contou que parou com os hormônios há pelo menos 6 anos e que realizará uma cirurgia para retirada dos seios. Não só, como voltará a usar o nome “Keith”. Ou seja, irá retransicionar.
O vídeo transcrito pelo Blabbermouth explica:
“Estou sem hormônios há seis, sete anos. E em janeiro de 2025… minha cirurgia já está marcada para remover meus seios falsos e vou viver em meu verdadeiro eu masculino. Curei minha disforia de gênero. Foram muitos anos, uma longa caminhada, mas superei meus mal-entendidos sobre minha alma e meu espírito. Esse é um tema completamente diferente e, portanto, não vou me aprofundar nisso agora. Só queria compartilhar com vocês, mais uma vez, que estou sem terapia hormonal há seis, sete anos, desde a criação do álbum ‘A Place Where There’s No More Pain’ com o Life of Agony. Isso foi em 2016. Tenho existido em uma versão diferente e mais curada de mim mesmo […]. Vou mudar meu nome de volta para Keith.”
Apesar de não entrar nos detalhes, Caputo descreveu a disforia de gênero como uma das “coisas mais desconfortáveis” que já enfrentou. Ainda mencionou a vontade de contar sua história no podcast de Joe Rogan, reconhecido por disseminar teorias conspiratórias através de seu programa.
“Para todas as pessoas que parecem confusas e àquelas que me lançaram ódio, críticas e comentários cruéis, durante todo esse tempo, tive disforia de gênero desde que me lembro, por mais de 40 anos. Vou fazer 51. Tenho muito orgulho de mim. Passei por muita coisa ao longo dos anos. Eu não desejaria a disforia de gênero nem ao meu pior inimigo. É uma das coisas mais desconfortáveis pelas quais já passei na vida e estou tão feliz que isso finalmente acabou. Nem me reconheço mais. Gostaria que alguém como Joe Rogan me chamasse para contar minha história em detalhes, porque eu manteria uma conversa no programa por umas três horas e poderia falar sobre tudo, porque eu entendo. Eu sei o que os hormônios fazem ao corpo. Sei o que fizeram comigo. Castraram minha alma. Não só castra você fisicamente, mas mentalmente, espiritualmente, emocionalmente e intelectualmente.”
Em seguida, Caputo novamente colocou o processo de transição como “debilitante”. Também manifestou alívio por não ter feito nenhuma outra cirurgia durante o período.
“Estou fazendo este vídeo porque muitas pessoas [estão] dizendo que estou feio e eu pareço um homem. Eu sou um homem, eu sempre fui um homem […]. E sou totalmente contra a transição médica de crianças, especialmente cirurgicamente. Os hormônios são horríveis, nem consigo dizer quantos efeitos colaterais passei e não posso acreditar que mais pessoas trans não falem sobre isso […]. Eu não desejo ser trans nem para meu pior inimigo. É tão debilitante. Sinto pena dos pais que não sabem lidar com isso e das crianças. Sério mesmo. Estão confundindo a cabeça das pessoas demais. Tipo, deixem as crianças brincarem. Drogas não vão resolver nada. Cirurgia não vai resolver. Graças a Deus eu nunca fiz nada lá embaixo. Isso não fazia parte da minha jornada, porque eu curtia ser uma entidade hibridizada, hermafrodita, porque é o que sou […]”
Por fim, concluiu:
“É isso. E amo vocês. Obrigada por me apoiar. Obrigado por não me apoiar, porque tudo é ensinamento. E é disso que se trata a vida. A vida é sobre crescimento. A vida é sobre mudança. A vida é sobre criar mudanças.”
Assista abaixo em inglês na íntegra:
Anteriormente, conversando com a revista Advocate em 2011, Mina Caputo havia desabafado a respeito das dificuldades da transição. À época, declarou:
“Passar pela terapia hormonal foi como um assassinato, pensei que fosse me suicidar. É como se eu tivesse 34 anos, passando pela puberdade de novo. Toda a mente muda. Acredite em mim, ajo como uma garota de quinze anos. Em um minuto estarei muito feliz, rindo e brincando, e uma hora depois estarei muito desanimada. “
Como apontado pela Blabbermouth, estudos científicos publicados pela Xtra Magazine mostraram que menos de 1% das pessoas trans que realizam cirurgias se dizem insatisfeitas com sua decisão. Em comparação, 14,4% dos pacientes que passam por outros procedimentos ficam arrependidos.
Life of Agony recentemente
Fundado em 1989, o Life of Agony disponibilizou ao longo dos anos seis álbuns de estúdio. “The Sound of Scars”, o mais recente, saiu em outubro de 2019.
De qualquer maneira, o grupo segue realizando shows e, para este ano, tem datas marcadas até dezembro. Posteriormente, junto do Biohazard, o Life of Agony excursionará pela Europa entre fevereiro e março do ano que vem.
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