Tim Commerford, baixista do Rage Against the Machine, costuma falar abertamente a respeito de suas opiniões políticas. Inclusive, o músico não esconde a preocupação quanto à situação governamental e social dos Estados Unidos. Para ele, chegou ao ponto de que as atitudes americanas seriam equivalentes a uma versão atual do nazismo.
O assunto surgiu durante recente entrevista à Louder. Tudo começou quando o artista opinou sobre as duas tentativas de assassinato sofridas pelo ex-presidente e atual candidato para o cargo Donald Trump — a primeira ocorrida em julho, quando uma bala passou de raspão pela orelha do político durante comício, e a segunda em setembro, envolvendo um indivíduo armado escondido em seu clube de golfe.
De início, o músico acreditava que os casos poderiam ser uma farsa. No entanto, ao refletir acerca da polarização no país, mudou de ideia, como explicado:
“Eu estaria mentindo se não dissesse que, quando soube da notícia, a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi: realmente aconteceu ou foi uma encenação? Essa foi minha primeira reação. Mas esse é o tipo de ambiente criado nos Estados Unidos, essa divisão que continua intencionalmente sendo cultivada. E nossos presidentes não comandam o país, eles são atores da Broadway sendo controlados por pessoas com poder real. Há tanta coisa na América que está f#dida, então não é de se espantar que as pessoas estejam com raiva.”
De qualquer maneira, o baixista aproveitou a oportunidade para criticar a política de armas nos EUA. Emendando o assunto, mostrou desprezo quanto ao dinheiro e à importância direcionados aos militares e às armas nucleares e comparou o território americano aos nazismo:
“Meus impostos não vão para nada de bom, vão para nossos militares. Demos aos nossos militares US$ 994 bilhões neste ano. Nossos militares gastam mais dinheiro do que todos os países do mundo gastam juntos em seus militares. Gastamos US$ 80 bilhões no ano passado em armas nucleares. E toda vez que há uma guerra, o dólar sobe. É uma indústria gigantesca, a maior do planeta. Temos mil bases militares, enquanto a Rússia e a China têm uma cada. E eles que são os supostos ‘impérios do mal’? A China nunca jogou uma bomba em ninguém. Mas nós ficamos colocando lenha na fogueira na mídia e deixamos todo mundo morrendo de medo. Os Estados Unidos são os nazistas.”
Pensando na apatia coletiva em relação aos conflitos mundiais, o músico continuou expressando tal ponto de vista no bate-papo. Apenas acrescentou que sua única esperança está no ensino superior americano:
“Nós somos – e eu afirmo isso – somos a m#rda de nazistas, todos nós, eu, você. Nós somos iguais às pessoas que viviam ao lado do campo de concentração de Auschwitz, que sentiram o cheiro dos corpos queimando, e não fizeram porr@ nenhuma sobre isso. Pessoas estão morrendo no mundo todo e ninguém está fazendo nada. É inacreditável para mim […]. Os únicos lugares que me dão esperança para os Estados Unidos são as faculdades. Tenho um filho na Universidade da Califórnia em Los Angeles e tenho orgulho de que ele esteja envolvido nos protestos anti-guerra por lá.”
Tim Commerford e o 7D7D
Desde que o Rage Against the Machine acabou pela terceira vez, no fim de 2022, Tim Commerford se isolou e tem trabalhado nas novas músicas do 7D7D. O trio é formado pelo baixista, pelo baterista Mathias Wakrat, com quem ele tocou na banda de hardcore que leva o sobrenome do músico, e pelo guitarrista Jonny Polonsky, com quem mantém amizade desde os tempos de Audioslave.
O grupo vem lançando singles desde o final de 2022 e há material suficiente para um álbum, que está sendo planejado. No próximo dia 24 de outubro, a banda iniciará uma turnê pelo Reino Unido, com datas marcadas até novembro.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.