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Clima interno do Pink Floyd era tão ruim como dizem? David Gilmour comenta

Guitarrista e vocalista entende que algumas pessoas têm visão distorcida sobre momentos da história da banda

Não é segredo para ninguém que o Pink Floyd jamais foi um mar de rosas na relação entre os integrantes. Antes mesmo da batalha campal que se instaurou entre Roger Waters e David Gilmour, os músicos passaram por momentos em que os nervos de todos foram testados – vide a instabilidade de Syd Barrett nos primórdios e suas consequências para os envolvidos.

Porém, também é possível buscar ocasiões harmônicas que contribuíram para o desenvolvimento de um dos coletivos mais criativos da história da música. Em entrevista à mais nova edição da revista Guitar World, Gilmour expôs a sua visão sobre o tema de forma a provar que a percepção geral não representa o que de fato acontecia na estrutura interna da banda.

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Ele declarou, conforme repercussão da Guitar.com:

“Você pode ter ideias diferentes sobre [o conflito no Pink Floyd]. Há versões publicamente presumidas e aceitas de coisas que não são necessariamente do jeito que eram. Mesmo alguns dos momentos que pareciam ter sido bem sombrios, a satisfação de algumas das realizações musicais da época também foram ótimas. Então, não é tão simples assim.”

Ainda assim, o músico reconhece que se sente mais confortável como artista solo, o que atribui à maturidade.

“Aquele momento de estar em uma banda – quando você é jovem, quando você pode gritar um com o outro e brigar, mas ainda estar de volta, porque seu destino comum ainda está lá… [Suspira] Sim, estou definido em meus caminhos agora. Seria mais difícil fazer isso hoje. É mais difícil ser igual.”

A relação entre David Gilmour e Roger Waters

Curiosamente, o produtor Alan Parsons, que trabalhou com o Pink Floyd em “The Dark Side of the Moon” (1973), já havia dado um relato sobre a relação entre David e Roger oferecendo outra visão. Conversando com o músico Rick Beato para seu canal no YouTube, ele contou que os músicos até tinham um certo teor crítico em relação ao desempenho um do outro. Porém, o comportamento não causava grandes problemas.

Conforme transcrição do Rock Celebrities:

“Eles eram críticos em relação às performances uns dos outros e não tinham medo de dizer. Se David Gilmour tivesse criado um solo de guitarra incrível, Roger só diria um ‘acho que está bom, David, obrigado’ [Risos]. Era um ‘parabéns’ bem discreto.”

De qualquer forma, Alan descreveu o contexto como “alegre”, mesmo com as discordâncias criativas já existentes. Em suas palavras, todos eram amigáveis, o que torna as brigas de hoje em dia “terrivelmente tristes”.

“Eles se deram muito bem. Fazer ‘Dark Side’ foi uma alegria. Todo mundo estava interessado no que estavam fazendo. Todo mundo era amigável. É terrivelmente triste que exista uma rixa entre eles agora.”

A turnê “Luck and Strange”

David Gilmour iniciou a turnê de divulgação “Luck and Strange” no último fim de semana no Circo Massimo, em Roma, Itália. Registros das duas primeiras apresentações podem ser conferidos clicando aqui.

O formato de várias datas em um mesmo local será adotado durante toda a excursão. A ideia é poupar o músico de 78 anos de viagens extensas e em curtos períodos.

Entre 9 e 15 de outubro, o músico sobe no palco do lendário Royal Albert Hall em Londres, Inglaterra. Os derradeiros compromissos até o momento se darão nos Estados Unidos. Em 25 de outubro, o show é em Inglewood, Califórnia, arredores de Los Angeles. A cidade de LA recebe o giro nos dias 29, 30 e 31 do mês. Fechando de vez a agenda, de 4 a 10 de novembro é a vez do Madison Square Garden, em Nova York.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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