Sertanejo é a “música do fascismo brasileiro”, diz Pedro Cardoso

Ator e redator descreveu gênero musical como "vazio" e de "baixíssima inspiração", possivelmente “sem nenhum artista verdadeiro”

O sertanejo atua como um dos gêneros musicais mais populares no Brasil. Tanto é que a retrospectiva do ano passado publicada pelo Spotify destacou que o estilo foi o mais ouvido de 2023 no país pelo streaming. Dos cinco artistas mais escutados, quatro pertenciam à categoria. 

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Para o ator Pedro Cardoso, apesar do sucesso, o sertanejo vem carregado de uma conotação negativa. Durante entrevista à Rádio Bandeirantes, para o programa “Do Bom e Do Melhor”, apresentado por Danilo Gobatto, o também redator atrelou o gênero ao “fascismo brasileiro” e explicou o ponto de vista.

Conforme transcrição da Rolling Stone Brasil, ele primeiramente disse:

“Não sei se tem algum artista verdadeiro ali. Mas, na minha opinião, é uma matemática completamente monótona e de baixíssima inspiração. Não é à toa que essa é a música do fascismo brasileiro.”

Em relação às letras do ritmo, o artista mostrou incômodo quanto ao conteúdo. Ao seu ver, as canções são “vazias”, abordando apenas a “masculinidade e a fidelidade feminina”, sem aprofundar qualquer outro tema, como pontuou: 

“É uma música vazia, de interesse teórico, sobre assunto nenhum. É uma música sobre nada, sobre ser corno ou não ser corno. E agora tem um problema de ‘ser corno e não ser corno’, de ‘minha namorada me largou e eu larguei minha namorada’. O único assunto que eles têm é uma questão da masculinidade e da fidelidade feminina.”

Leia também:  Polícia de Las Vegas se manifesta sobre tiros em Jake E. Lee

Cardoso ainda destacou que apenas canções antigas são de fato sertanejo, como “No Rancho Fundo”, original de Ary Barroso com Lamartine Babo e regravada por Chitãozinho e Xororó. Também descreveu os artistas atuais como “comerciantes agrícolas brasileiros apegados à cultura estadunidense”.

Outra crítica de Pedro Cardoso ao cenário musical

No último mês de janeiro, Pedro Cardoso também realizou outra crítica ao cenário musical. Por meio das redes sociais, o ator elogiou a americana Tracy Chapman, a quem admira por não expor a vida pessoal, e desaprovou a superexposição dos artistas.

Em certo trecho da postagem, escreveu: 

“Hoje, há mais consumo de biografia espetacularizada de artistas do que de arte. Os jornais noticiam como fatos da cultura os namoros, os negócios, os treinos, os crimes etc e, principalmente, a vida sexual dos ditos “famosos”! Quase nada dizem sobre a arte deles! Mesmo porque, mais das vezes, pouca arte é produzida pelos artistas inventados pela indústria de biografias espetaculares; o que produzem é mesmo mais os escândalos de suas intimidades inventadas […]. A arte não se presta ao comércio tanto quanto bem mais se presta a vida sexual dos artistas. Sexo vende-se mais facilmente que poesia.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

1 COMENTÁRIO

  1. No livro “como funciona o fascismo” ele mostra a relação do setor agrario tradicionalmente conservador e avesso a mudanças dos costumes ao fascismo. No qual o sertanojo eh financiado.

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Sertanejo é a “música do fascismo brasileiro”, diz Pedro Cardoso

Ator e redator descreveu gênero musical como "vazio" e de "baixíssima inspiração", possivelmente “sem nenhum artista verdadeiro”

O sertanejo atua como um dos gêneros musicais mais populares no Brasil. Tanto é que a retrospectiva do ano passado publicada pelo Spotify destacou que o estilo foi o mais ouvido de 2023 no país pelo streaming. Dos cinco artistas mais escutados, quatro pertenciam à categoria. 

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Para o ator Pedro Cardoso, apesar do sucesso, o sertanejo vem carregado de uma conotação negativa. Durante entrevista à Rádio Bandeirantes, para o programa “Do Bom e Do Melhor”, apresentado por Danilo Gobatto, o também redator atrelou o gênero ao “fascismo brasileiro” e explicou o ponto de vista.

Conforme transcrição da Rolling Stone Brasil, ele primeiramente disse:

“Não sei se tem algum artista verdadeiro ali. Mas, na minha opinião, é uma matemática completamente monótona e de baixíssima inspiração. Não é à toa que essa é a música do fascismo brasileiro.”

Em relação às letras do ritmo, o artista mostrou incômodo quanto ao conteúdo. Ao seu ver, as canções são “vazias”, abordando apenas a “masculinidade e a fidelidade feminina”, sem aprofundar qualquer outro tema, como pontuou: 

“É uma música vazia, de interesse teórico, sobre assunto nenhum. É uma música sobre nada, sobre ser corno ou não ser corno. E agora tem um problema de ‘ser corno e não ser corno’, de ‘minha namorada me largou e eu larguei minha namorada’. O único assunto que eles têm é uma questão da masculinidade e da fidelidade feminina.”

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Cardoso ainda destacou que apenas canções antigas são de fato sertanejo, como “No Rancho Fundo”, original de Ary Barroso com Lamartine Babo e regravada por Chitãozinho e Xororó. Também descreveu os artistas atuais como “comerciantes agrícolas brasileiros apegados à cultura estadunidense”.

Outra crítica de Pedro Cardoso ao cenário musical

No último mês de janeiro, Pedro Cardoso também realizou outra crítica ao cenário musical. Por meio das redes sociais, o ator elogiou a americana Tracy Chapman, a quem admira por não expor a vida pessoal, e desaprovou a superexposição dos artistas.

Em certo trecho da postagem, escreveu: 

“Hoje, há mais consumo de biografia espetacularizada de artistas do que de arte. Os jornais noticiam como fatos da cultura os namoros, os negócios, os treinos, os crimes etc e, principalmente, a vida sexual dos ditos “famosos”! Quase nada dizem sobre a arte deles! Mesmo porque, mais das vezes, pouca arte é produzida pelos artistas inventados pela indústria de biografias espetaculares; o que produzem é mesmo mais os escândalos de suas intimidades inventadas […]. A arte não se presta ao comércio tanto quanto bem mais se presta a vida sexual dos artistas. Sexo vende-se mais facilmente que poesia.”

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Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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  1. No livro “como funciona o fascismo” ele mostra a relação do setor agrario tradicionalmente conservador e avesso a mudanças dos costumes ao fascismo. No qual o sertanojo eh financiado.

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