Como o punk Paul Di’Anno entrou para o Iron Maiden

Cantor que nos deixou aos 66 anos gravou os primeiros álbuns da banda de heavy metal, mas foi o terceiro a ocupar posição

Paul Di’Anno, que nos deixou aos 66 anos, gravou os dois primeiros álbuns do Iron Maiden, mas não foi o vocalista original da banda.

Antes dele, dois outros cantores ocuparam o posto: Paul Mario Day – que posteriormente cantaria no Sweet – e Dennis Wilcock – responsável por incorporar alguns dos elementos dramáticos e de efeitos especiais que fazem parte dos shows do grupo até hoje.

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Só então, coube a Paul Andrews (seu nome de batismo) empunhar o microfone e participar da ascensão da Donzela de Ferro rumo ao posto de uma das atrações mais bem-sucedidas do heavy metal britânico. Em entrevista ao Misplaced Straws, o próprio contou como tudo teve início.

Ele disse, mencionando o baixista e líder do grupo:

“Bem, Steve Harris estudou na mesma escola que eu. Ele é alguns anos mais velho e estava procurando um cantor. A banda teve outros dois antes, Paul Day e Dennis Wilcock. Eu conhecia Paul Day, todos nós meio que morávamos na mesma área. Um amigo em comum, Trevor Soll, disse que o Maiden estava procurando vocalista e perguntou se eu gostaria de tentar.”

Não tão empolgado com o Iron Maiden

Inicialmente, Paul Di’Anno confessou não ter se entusiasmado, especialmente por conta do background musical diferente. Ele disse:

“Eu estava mais interessado em música punk, para ser honesto com você. Mas fui para o teste mesmo assim. Inventei a letras para um cover de uma música chamada ‘Dealer’, do Deep Purple. Após a audição, Steve foi até minha casa tarde da noite e perguntou: ‘Paul, você quer a vaga?’ Respondi que sim.”

Ainda assim, Paul reconhece que não sentiu como se tivesse encontrado algo tão importante quanto pode parecer hoje. O cantor afirma:

“Eu não estava tão entusiasmado, para ser honesto com você. Só quando fui à casa de Steve algumas semanas depois e ele tocou para mim o material que estaria no primeiro álbum do Iron Maiden, que pensei: ‘Uau, isso é fantástico’.”

Músicas ainda presentes nos shows

A despeito de ter se tornado uma banda muito diferente em termos de sonoridade, o Iron Maiden mantém clássicos de seus primórdios nos setlists de shows. Considerando a fase dos dois primeiros álbuns, quando o vocalista era Paul Di’Anno, a música que dá nome à banda e seu primeiro disco é presença obrigatória.

Questionado sobre sentir orgulho ao saber que criações das quais participou seguem sendo lembradas pelos colegas, o ex-cantor do grupo não apenas confirmou, como elogiou a atitude de forma que não costumava fazer em um passado não muito distante.

Ele disse ao Misplaced Straws:

“É claro, claro que sim, absolutamente. Quando eu e o Maiden nos separamos, isso meio que me atingiu por um tempo. Adotei aquela postura de ‘O mundo inteiro está contra mim’, esse tipo de coisa. Mas com o passar dos anos, me dei conta de que a vida é curta demais para isso.”

Leia também:  O álbum dos Beatles que elevou os padrões segundo Paul Stanley

Os encontros recentes na Croácia ajudaram a amenizar a amargura, confessa o frontman.

“Encontrei-me com Steve Harris (em 2022) e estive com Bruce Dickinson (em 2024) na Croácia, o que foi fantástico. Então, sim, está tudo bem. Cada álbum que o Iron Maiden lança é icônico. Eles conseguem manter o nível, o que é ótimo. Fico muito orgulhoso de fazer parte dessa história.”

Os álbuns “Iron Maiden” e “Killers”

Lançado em 14 de abril de 1980, o primeiro álbum do Iron Maiden levava o nome da banda. Foi produzido por Wil Malone. Os músicos sempre declararam descontentamento com o resultado final em termos de sonoridade. Foi o único disco a contar com o guitarrista Dennis Stratton na formação.

A versão original norte-americana contava com uma música a mais, “Sanctuary”, lançada no Reino Unido como single. Reedições mundiais posteriores incluíram a faixa. O trabalho chegou ao 4º lugar na parada do Reino Unido, onde ganhou disco de platina. O grupo fez uma turnê europeia como atração de abertura do Kiss que ajudou a projetá-los.

Disponibilizado em 2 de fevereiro do ano seguinte, “Killers” foi o último de inéditas a contar com o vocalista Paul Di’Anno. Também marcou a estreia do guitarrista Adrian Smith. Martin Birch assumiu a produção, em uma parceria que se estenderia pela próxima década.

O baixista Steve Harris compôs quase todas as faixas sozinho. As exceções são a faixa-título e “Twilight Zone”, inicialmente exclusiva da versão americana, com créditos para Paul Di’Anno e Dave Murray, respectivamente. É o único da discografia a ter duas músicas instrumentais, “The Ides Of March” e “Genghis Khan”.

“Killers” faturou premiações de ouro nos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Suécia, além de platina no Canadá.

Sobre Paul Di’Anno

Paul Di’Anno, vocalista conhecido por ter gravado os primeiros álbuns do Iron Maiden, morreu aos 66 anos. A informação foi confirmada através do selo Conquest Music.

Di’Anno gravou os álbuns “Iron Maiden” (1980) e “Killers” (1981), saindo para a entrada de Bruce Dickinson. Seu primeiro projeto após deixar a banda foi o Di’Anno, com sonoridade mais comercial. O nome foi reaproveitado na virada do século, com uma banda formada apenas por instrumentistas brasileiros.

A seguir fundou o Battlezone, com sonoridade mais pesada. O grupo existiu entre 1985 e 1989, retornando brevemente em 1998. Na sequência veio o Killers, que teve no álbum “Murder One” (1991) o trabalho mais elogiado do vocalista fora do Maiden.

Também gravou e excursionou com Gogmagog, Praying Mantis, Scelerata e Architects Of Chaoz, entre outros. Nos últimos anos, participou do Warhorse, com músicos croatas, aproveitando sua estadia no país para tratamento visando readquirir independência de locomoção.

Nos últimos anos, os fãs acompanharam os problemas de saúde de Paul Di’Anno. Uma mobilização mundial foi feita para que o cantor pudesse ter acesso a um tratamento para lidar com problemas em seus membros inferiores.

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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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Cantor que nos deixou aos 66 anos gravou os primeiros álbuns da banda de heavy metal, mas foi o terceiro a ocupar posição

Paul Di’Anno, que nos deixou aos 66 anos, gravou os dois primeiros álbuns do Iron Maiden, mas não foi o vocalista original da banda.

Antes dele, dois outros cantores ocuparam o posto: Paul Mario Day – que posteriormente cantaria no Sweet – e Dennis Wilcock – responsável por incorporar alguns dos elementos dramáticos e de efeitos especiais que fazem parte dos shows do grupo até hoje.

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Só então, coube a Paul Andrews (seu nome de batismo) empunhar o microfone e participar da ascensão da Donzela de Ferro rumo ao posto de uma das atrações mais bem-sucedidas do heavy metal britânico. Em entrevista ao Misplaced Straws, o próprio contou como tudo teve início.

Ele disse, mencionando o baixista e líder do grupo:

“Bem, Steve Harris estudou na mesma escola que eu. Ele é alguns anos mais velho e estava procurando um cantor. A banda teve outros dois antes, Paul Day e Dennis Wilcock. Eu conhecia Paul Day, todos nós meio que morávamos na mesma área. Um amigo em comum, Trevor Soll, disse que o Maiden estava procurando vocalista e perguntou se eu gostaria de tentar.”

Não tão empolgado com o Iron Maiden

Inicialmente, Paul Di’Anno confessou não ter se entusiasmado, especialmente por conta do background musical diferente. Ele disse:

“Eu estava mais interessado em música punk, para ser honesto com você. Mas fui para o teste mesmo assim. Inventei a letras para um cover de uma música chamada ‘Dealer’, do Deep Purple. Após a audição, Steve foi até minha casa tarde da noite e perguntou: ‘Paul, você quer a vaga?’ Respondi que sim.”

Ainda assim, Paul reconhece que não sentiu como se tivesse encontrado algo tão importante quanto pode parecer hoje. O cantor afirma:

“Eu não estava tão entusiasmado, para ser honesto com você. Só quando fui à casa de Steve algumas semanas depois e ele tocou para mim o material que estaria no primeiro álbum do Iron Maiden, que pensei: ‘Uau, isso é fantástico’.”

Músicas ainda presentes nos shows

A despeito de ter se tornado uma banda muito diferente em termos de sonoridade, o Iron Maiden mantém clássicos de seus primórdios nos setlists de shows. Considerando a fase dos dois primeiros álbuns, quando o vocalista era Paul Di’Anno, a música que dá nome à banda e seu primeiro disco é presença obrigatória.

Questionado sobre sentir orgulho ao saber que criações das quais participou seguem sendo lembradas pelos colegas, o ex-cantor do grupo não apenas confirmou, como elogiou a atitude de forma que não costumava fazer em um passado não muito distante.

Ele disse ao Misplaced Straws:

“É claro, claro que sim, absolutamente. Quando eu e o Maiden nos separamos, isso meio que me atingiu por um tempo. Adotei aquela postura de ‘O mundo inteiro está contra mim’, esse tipo de coisa. Mas com o passar dos anos, me dei conta de que a vida é curta demais para isso.”

Leia também:  Relembre como foi o último show de Paul Di’Anno em São Paulo

Os encontros recentes na Croácia ajudaram a amenizar a amargura, confessa o frontman.

“Encontrei-me com Steve Harris (em 2022) e estive com Bruce Dickinson (em 2024) na Croácia, o que foi fantástico. Então, sim, está tudo bem. Cada álbum que o Iron Maiden lança é icônico. Eles conseguem manter o nível, o que é ótimo. Fico muito orgulhoso de fazer parte dessa história.”

Os álbuns “Iron Maiden” e “Killers”

Lançado em 14 de abril de 1980, o primeiro álbum do Iron Maiden levava o nome da banda. Foi produzido por Wil Malone. Os músicos sempre declararam descontentamento com o resultado final em termos de sonoridade. Foi o único disco a contar com o guitarrista Dennis Stratton na formação.

A versão original norte-americana contava com uma música a mais, “Sanctuary”, lançada no Reino Unido como single. Reedições mundiais posteriores incluíram a faixa. O trabalho chegou ao 4º lugar na parada do Reino Unido, onde ganhou disco de platina. O grupo fez uma turnê europeia como atração de abertura do Kiss que ajudou a projetá-los.

Disponibilizado em 2 de fevereiro do ano seguinte, “Killers” foi o último de inéditas a contar com o vocalista Paul Di’Anno. Também marcou a estreia do guitarrista Adrian Smith. Martin Birch assumiu a produção, em uma parceria que se estenderia pela próxima década.

O baixista Steve Harris compôs quase todas as faixas sozinho. As exceções são a faixa-título e “Twilight Zone”, inicialmente exclusiva da versão americana, com créditos para Paul Di’Anno e Dave Murray, respectivamente. É o único da discografia a ter duas músicas instrumentais, “The Ides Of March” e “Genghis Khan”.

“Killers” faturou premiações de ouro nos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Suécia, além de platina no Canadá.

Sobre Paul Di’Anno

Paul Di’Anno, vocalista conhecido por ter gravado os primeiros álbuns do Iron Maiden, morreu aos 66 anos. A informação foi confirmada através do selo Conquest Music.

Di’Anno gravou os álbuns “Iron Maiden” (1980) e “Killers” (1981), saindo para a entrada de Bruce Dickinson. Seu primeiro projeto após deixar a banda foi o Di’Anno, com sonoridade mais comercial. O nome foi reaproveitado na virada do século, com uma banda formada apenas por instrumentistas brasileiros.

A seguir fundou o Battlezone, com sonoridade mais pesada. O grupo existiu entre 1985 e 1989, retornando brevemente em 1998. Na sequência veio o Killers, que teve no álbum “Murder One” (1991) o trabalho mais elogiado do vocalista fora do Maiden.

Também gravou e excursionou com Gogmagog, Praying Mantis, Scelerata e Architects Of Chaoz, entre outros. Nos últimos anos, participou do Warhorse, com músicos croatas, aproveitando sua estadia no país para tratamento visando readquirir independência de locomoção.

Nos últimos anos, os fãs acompanharam os problemas de saúde de Paul Di’Anno. Uma mobilização mundial foi feita para que o cantor pudesse ter acesso a um tratamento para lidar com problemas em seus membros inferiores.

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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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