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Modelo de festival esgotou no Brasil? CEO da 30e e Roberto Medina divergem

Empresários não encontram ponto em comum ao mencionar as mudanças sofridas pelo mercado em tempos recentes

A partir de 1985, quando aconteceu a primeira edição do Rock in Rio e o mercado brasileiro se abriu de vez para shows internacionais, os festivais se tornaram uma alternativa interessante tanto para o público quanto artistas. Hollywood Rock, Free Jazz, Monsters of Rock e Skol Rock foram alguns dos eventos que trouxeram shows memoráveis.

Ao mesmo tempo, a indústria foi se tornando mais competitiva e possibilitando que turnês de maior porte entrassem no calendário sem a necessidade de encaixe no formato. Hoje, vários artistas conseguem atrair público por conta própria e oferecer uma experiência mais focada – além, é claro, de faturar uma quantia de dinheiro maior.

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Em entrevista ao jornal O Globo (com paywall), o CEO da 30e, Pepeu Correa, declarou entender que há um esgotamento no modelo de festivais. Ele disse:

“O público está decidindo com qual vai ficar. A demanda que existia no pós-pandemia é uma ilusão, então as pessoas estão se decidindo pelo Rock in Rio ou pelo Lollapalooza, estão indo pelo lineup, pela qualidade do festival. E cada vez mais os festivais têm dificuldade de contratar um headliner.”

Roberto Medina discorda

Idealizador do Rock in Rio, The Town e o vindouro Amazônia Para Sempre – além de mantenedor do Lollapalooza Brasil –, o empresário Roberto Medina discorda. E oferece um contraponto à ideia.

“Essa dificuldade (de conseguir headliners diante da maior rentabilidade das turnês) é algo que eu não estou tendo. Eventualmente, você tem momentos em que seus interesses não casam com o das bandas, mas, no caso de eventos que são projetos de marca, você tem dinheiro para competir com um ou dois shows em estádio.”

Na mesma conversa, o homem de negócios revelou já ter fechado com “uma das maiores bandas do mundo” para o The Town e o Amazônia Para Sempre, que acontecem no segundo semestre de 2025. O anúncio deve acontecer logo após a virada de ano.

Vale destacar que, apesar de êxitos em turnês como a de reunião do Titãs, a 30e não conseguiu o mesmo resultado em outras apostas. Uma matéria detalhada sobre o assunto pode ser conferida clicando aqui.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

2 COMENTÁRIOS

  1. O lance é a economia e o line-up. Os organizadores precisam se reunir com os músicos por um bom caminho entre as partes em prol da ”musica”, desde o caixa até a quantidade de shows. O 1º Rock in Rio em 1985, por exemplo, contou com bandas boas tocando ao menos 2 datas.

    Hoje tem concorrência. O mundo está em um contexto diferente da época de 1985, quando poucas bandas desembarcavam no pais antes daquele festival. Porém, se o ingresso e todas as outras coisas ficarem caras demais, a tendência é a diluição do público, como mais ou menos ocorreu neste último RIR, que não teve um line-up tão atraente quanto outras edições.

    As excessões de 2024 foram raridade como algumas bandas veteranas de rock brasileiro, a lenda inglesa Deep Purple (que merecia tocar mais de 1 hora, não é, Sr Medina?), Journey (apesar da ausência de Steve Perry) a Cindy Lauper (que cantou de verdade, sem playback), o bom bluesman Christone “Kingfish”, e a lendária Gloria Gaynor.

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