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Atração do Rock in Rio, Journey cancela turnê no Reino Unido e Irlanda

Série de apresentações com abertura do Cheap Trick aconteceria entre os próximos meses de outubro e novembro

De forma repentina, o Journey anunciou o cancelamento de toda a sua turnê pelo Reino Unido e Irlanda, a primeira no local em mais de uma década. A série de 11 shows na região aconteceria entre os próximos meses de outubro e novembro e teria o Cheap Trick como atração de abertura.

Os demais compromissos do grupo seguem agendados. A banda se encontra em turnê pela América do Norte, com apresentações marcadas até o dia 8 de setembro.

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A América do Sul será contemplada na sequência com apresentações no Brasil (festival Rock in Rio) e no Chile, respectivamente em 15 e 17 de setembro. Curiosamente, tais compromissos não estão presentes no site oficial do grupo.

Em outubro, é a vez da Ásia, com quatro datas. Somente depois aconteceriam as apresentações no Reino Unido e Irlanda, agora anuladas.

Em breve comunicado, a banda americana não esclarece as razões para o cancelamento. É dito apenas o seguinte:

“Devido a circunstâncias além do controle da banda, a turnê do Journey pelo Reino Unido e Irlanda infelizmente foi cancelada. Os reembolsos serão feitos no seu ponto de compra.”

Processos no Journey

Na última semana, em meio à já mencionada turnê pela América do Norte, foi noticiado que dois integrantes do Journey voltarão a se enfrentar na Justiça — algo que já havia ocorrido em anos recentes, mas não representou qualquer impedimento para a sequência das atividades da banda. Após uma trégua publicamente declarada, Jonathan Cain acionou Neal Schon nos tribunais o acusando de estourar o limite de uma conta conjunta American Express de US$ 1 milhão.

Ao mesmo tempo, Schon teria excedido o teto de uma taxa diária de hotel de US$ 1,5 mil. O processo alega que o guitarrista “gastava até US$ 10 mil por noite”.

A ação remete a uma da mesma natureza perpetrada em 2022 – detalhada aqui. Na ocasião, o tecladista alegou que Neal usou o cartão corporativo do grupo visando abater despesas pessoais.

De sua parte, o acusado contra-atacou com uma ação alegando ter sido impedido de acessar as prestações de contas.

O novo processo também diz que os pagamentos de débito foram temporariamente bloqueados. Em um ponto, as finanças do Journey estavam supostamente em tal desordem que a equipe e a produtora não puderam ser pagas durante sua atual turnê por estádios, tendo o Def Leppard como coheadliner.

De acordo com repercussão do Ultimate Classic Rock, os advogados de Cain na Fox Rothschild LLP argumentam:

“Essas tensões imprevistas no fluxo de caixa representam uma grave ameaça de dano à empresa e à história de grandeza musical do Journey. A banda está sofrendo com lealdades divididas, deserções de equipe e tensão geral.”

Em outra parte, os representantes lamentam o que se tornou “uma batalha muito pública entre o requerente e o réu”. Porém, deixam claro:

“A situação agora está impactando a reputação da banda em toda a indústria musical. A performance no palco é, no momento, um dos únicos aspectos do negócio que não sofreu abalo.”

A conclusão indica que o impasse só poderia ser solucionado com a reestruturação da Freedom 2020 Inc. A companhia foi cofundada por Cain e Schon para supervisionar as operações do grupo.

O negócio supostamente tem apenas um conselho de dois assentos, ocupado por ambos. A nova petição demanda um custodiante ordenado pelo tribunal como terceiro membro para desempatar votos.

Neal Schon e Jonathan Cain

Apesar de não ter sido membro fundador nem ter participado dos primeiros discos do Journey, Jonathan Cain ganhou poder de decisão na banda após o sucesso alcançado nos anos 1980 – assim como outro integrante que entrou com o grupo já em andamento, o ex-vocalista Steve Perry.

Além do financeiro, ainda houve um foco de conflito no cerne político. Já há alguns anos, o tecladista é uma figura próxima a Donald Trump. Sua esposa, a pastora Paula White, atua como guru espiritual do ex-presidente americano e atual candidato. Não foram poucas as vezes que o músico usou a música do grupo em eventos promocionais políticos, o que desagradou não apenas Neal, como também Perry.

No início do ano, o baterista Deen Castronovo chegou a dizer que a situação havia sido consertada. Ele declarou, também ao Ultimate Classic Rock:

“Estão todos se dando bem e trabalhando juntos. É um jato novamente em vez de dois. Eles estão administrando isso como um negócio, que é o que sempre deveria ter sido. Houve muita turbulência em ambos os campos e ninguém falava. Esse era o problema. Agora, estão todos conversando, se comunicando e está funcionando muito bem.”

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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