Iron Maiden: por que “Seventh Son” é melhor que “Somewhere in Time”, segundo Bruce

Vocalista enxerga diferença crucial entre os dois álbuns, mas acredita que mesmo o seu favorito não entregou tudo o que podia

Depois da bem-sucedida “World Slavery Tour”, realizada entre 1984 e 1985, o Iron Maiden embarcou em uma sonoridade um pouco mais experimental, que pode ser percebida nos próximos dois álbuns: Somewhere in Time (1986) e Seventh Son of a Seventh Son (1988). Hoje, ambos são queridos pelos fãs, mas Bruce Dickinson acha o segundo superior ao primeiro.

Em uma edição especial da Classic Rock sobre o Iron Maiden, o vocalista comparou os dois discos a bonecos de animação de argila “claymation”, em uma metáfora inusitada, mas bem clara. Na opinião de Bruce, dada em 2013, “Seventh Son” oferece um passo adiante do que “Somewhere in Time” representou.

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Dickinson disse:

“Se ‘Somewhere in Time’ fosse um boneco de claymation, ele não estaria totalmente pintado ainda. Ele teria os olhos, os braços, os pequenos detalhes e você diria: ‘sim… eu consigo ver onde você está indo aqui’, sabe? Mas o que você tem em ‘Seventh Son’… é uma declaração muito mais reconhecidamente definitiva. Direta, ‘boom’, aqui está a coisa toda, tudo em uma parte só.”

Completo, mas não perfeito

É compreensível que Bruce Dickinson tenha uma predileção por “Seventh Son of Seventh Son”. Em “Somewhere in Time”, o vocalista estava tão desgastado depois da turnê anterior que acabou colaborando muito pouco. Já no seguinte, ele participou ativamente da criação, como ele próprio contou em uma entrevista de 1998, resgatada pelo BraveWords – site da extinta revista canadense Brave Words & Bloody Knuckles.

O cantor afirmou:

“‘Seventh Son of a Seventh Son’ realmente revitalizou meu entusiasmo. Adorei a ideia de fazer um álbum conceitual. Foi uma ótima proposta. Provavelmente fui responsável em grande parte pela capa, junto com Derek (Riggs, desenhista que colaborou com a banda em sua primeira década). A ideia era fazer um Eddie surrealista. Ele veio com isso, o que me deixou muito satisfeito.”

Ainda assim, Dickinson não ficou totalmente satisfeito com o resultado final. Ele comparou o disco a outro lançado pelo Queensrÿche no mês seguinte e percebeu que poderia ter feito mais, especialmente na parte conceitual.

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Bruce disse:

“A única coisa que achei estranho é que levamos o álbum até um certo ponto e depois ele nunca mais foi desenvolvido. E no mesmo ano, enquanto estávamos no meio da mixagem ou algo assim, ouvi algumas faixas avançadas de ‘Operation: Mindcrime’, do Queensryche. Fiquei impressionado. Estava dirigindo por uma rua através de um parque na Alemanha, ouvi essas quatro músicas, parei o carro e sentei lá com a cabeça entre as mãos. Eles tinham feito o álbum que deveríamos e poderíamos ter feito se ao menos tivéssemos forçado, se ao menos tivéssemos pensado bem, sentado, planejado e discutido.

Você simplesmente não faz um álbum conceitual como esse em cinco minutos. Não é apenas colar algumas coisas e dizer ‘ok, esse é um álbum conceitual.’ Esse foi o meu sentimento. Fiquei orgulhoso, mas sempre tive esse pensamento de que artisticamente ficamos em segundo lugar. Em termos de revisão, nós também estávamos. Em termos da forma como o mundo percebe tudo, ‘Mindcrime’ foi um álbum inovador, ‘Seventh Son…’ não foi bem assim. Para os fãs do Maiden era, mas havia esse sentimento de que existia o mundo da banda e existia o resto do mundo.”

Iron Maiden e “Seventh Son of a Seventh Son”

“Seventh Son of a Seventh Son” foi lançado em abril de 1988. Pela primeira vez, o Iron Maiden se valeu do uso ostensivo de teclados, comandados pelo guitarrista Adrian Smith e pelo baixista Steve Harris, adicionando camadas à música. O conceito é vagamente inspirado na obra “Seventh Son” (1987), do escritor de ficção científica e fantasia norte-americano Orson Scott Card.

O disco chegou ao primeiro lugar na parada britânica. Ganhou certificação de ouro nos Estados Unidos, Reino Unido, Suíça e Alemanha, além de platina no Canadá. Marcou a despedida inicial de Adrian Smith, que retornaria em 1999.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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